O deputado Hilton Coelho (PSOL) apresentou à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) uma moção de aplauso à luta dos trabalhadores organizados na Associação dos Artesãos de Feira de Santana contra a instalação de Shopping Center no Centro de Abastecimento de Feira de Santana e a expulsão do seu local de trabalho. “A História de um povo deve ser respeitada e não destruída. Queremos que a ALBA manifeste seu mais irrestrito apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores que laboram no Centro de Abastecimento do Município e que foram atingidos pela construção de um Shopping Center no local. A feira, como é mais conhecida, que expressa as tradições culturais mais básicas da cidade, que dão, inclusive, nome ao município”, disse.
Considerado um dos maiores entrepostos comerciais do Norte-Nordeste do Brasil, com circulação diária de milhares de pessoas, responsável pelo escoamento da produção agrícola da região, tanto da economia popular e solidária, como também do agronegócio, o Centro de Abastecimento de Feira de Santana está sendo destruído para a construção de um shopping center da rede Mineira “UAI Shopping”.
Para Hilton Coelho “é um absurdo a omissão, quase uma conivência, da Secretaria Estadual de Agricultura, devido ao fato de o entreposto ter a sua importância para escoamento da produção agrícola na Bahia; da Bahiatursa, por ser um complexo turístico do roteiro ‘Caminhos do Sertão’, desde 2013; do IPAC, pois o Centro é considerado Patrimônio Imaterial da Bahia, desde 2016, sob tutela do órgão; e, por fim do Inema, pois as obras atingiram uma veia do lençol freático da Bacia do Rio Jacuípe, dependendo a obra, portanto, de licenças ambientais que deveriam ser outorgadas pelo instituto estadual”.
Hilton Coelho conclui afirmando que “várias atividades culturais do Centro estão perdendo seu espaço de protagonismo, como o artesanato sertanejo, o forró de Bié dos 8 baixos, o samba de roda que ecoava no teatro de arena e nas festas em homenagem a Santa Bárbara e a Feira do Chapéu, no período junino, dentre outras, atingindo a cultura da cidade e do Estado, tudo por conta da verdadeira privatização do espaço público. Aguardamos o posicionamento da ALBA e que se reverta o processo de expulsão dos trabalhadores, mantendo-se os artesãos e todos retiram seu sustento do Centro de Abastecimento de Feira de Santana”.