A confiança da indústria registrou o menor nível desde outubro de 2018, apontou nesta segunda-feira (29) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,9 ponto entre junho e julho, para 94,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, desta vez em 1 ponto. Conforme o levantamento, a confiança diminuiu em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados em julho. O Índice de Situação Atual (ISA) teve baixa de 2,2 pontos, para 94,4 pontos. O Índice de Expectativas (IE), no entanto, registrou alta de 0,5 ponto, para 95,3 pontos, o primeiro aumento desde janeiro.
A piora da percepção sobre situação atual dos negócios foi o principal fator que influenciou na queda do ISA em julho. A parcela de empresas que avaliam a situação atual como boa saiu de 19,6% para 11,9% do total. Já a proporção das que a consideram ruim aumentou de 21,1% para 22,7%. Em relação às expectativas, após acumular quatro quedas seguidas, o indicador que mede o otimismo dos empresários com a evolução do ambiente de negócios nos seis meses seguintes subiu 3,3 pontos em julho, atingindo o mesmo nível de maio passado (98,4 pontos).A parcela de empresas prevendo melhora aumentou de 34,9% para 38,4%, enquanto a das que projetam piora caiu de 13,2% para 10,3%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) no setor avançou 0,5 ponto percentual entre junho e julho, alcançando 75,5%, patamar idêntico ao de outubro de 2018. Em médias móveis trimestrais, o Nuci avançou pela quarta vez consecutiva, em 0,4 ponto, para 75,3%. “Após acelerar no segundo trimestre, quando foram registrados ganhos tanto no Índice de Situação atual quanto no Nível de Utilização da Capacidade, a indústria inicia o terceiro trimestre com sinais dúbios. A despeito da elevação do Nuci em julho, houve novo acúmulo de estoques e piora da percepção sobre a demanda. A boa notícia foi a primeira alta do Índice de Expectativas desde janeiro, por enquanto limitada ao quesito que mira o horizonte de seis meses. Nas perguntas direcionadas aos três meses seguintes, a tendência continua declinante”, comenta Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, em comentário no relatório. A pesquisa coletou informações de 1.142 empresas entre os dias 1º e 24 de julho.