Até o mês de outubro, 15 localidades de Salvador vão receber uma operação especial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para combater os focos do mosquito Aedes aegypti: a abertura de imóveis fechados ou abandonados com a ajuda de um chaveiro e de guardas municipais. A ação começou na sexta-feira passada, na Barra, e continuou, ontem, na Pituba. O cronograma segue até 18 de outubro.
Na sexta-feira (19) foram abertas duas casas na Barra. Nesta terça (24), mais duas na Pituba. Em todos os casos, os agentes já vinham tentando contatar os proprietários em dias e turnos alternados. De acordo com a subcoordenadora de arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ), Isolina Miguez, pelo menos nove focos foram encontrados nas residências da Pituba. Até o fechamento desta reportagem, a SMS não havia divulgado um balanço final da ação.
A assistente social Maiana Vilar, 30 anos, mora na região das casas visitadas nesta quarta-feira. Ela afirmou ter tentado entrar em contato com o dono de um dos imóveis abandonados, mas não obteve sucesso. “Para dormir, só com o uso de repelentes, porque os mosquitos são insuportáveis. Inclusive, minha mãe já pegou Chikungunya”, relatou.
Ambos os bairros fazem parte do distrito sanitário Barra/Rio Vermelho, que está em estado de alerta para as doenças transmitidas pelo Aedes – com um índice de infestação entre 1% e 3,9%. Além destas localidades, os agentes também vão, em conjunto com o chaveiro e a Guarda Civil Municipal, para as seguintes localidades: Rio Vermelho, Costa Azul, Stiep, Pituaçu, Boca do Rio, Armação, Castelo Branco, Vale dos Lagos, Uruguai, Caminho de Areia, Vila Ruy Barbosa e Avenida Vasco da Gama.
Na Bahia, a dengue já é uma epidemia este ano, que matou 23 pessoas. Os mais de 44 mil casos estão distribuídos em 362 municípios e significam um aumento de mais de 600% em relação ao ano passado. Em Salvador, foram 2.374 casos de dengue, com duas mortes; 200 de chikungunya, sem óbitos; e 75 de zika, também sem mortes. A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador aponta que o número de casos suspeitos de dengue chega a 1.934. Em relação ao mesmo período de 2018, foram 1.824, o que representa crescimento aproximado de 30%. Nos casos de chikungunya, há aumento de 38%. Na zika, houve queda.