Cerca de 1.500 professores da rede estadual tiveram cortes no salário de 30%, após deixaram de receber a Gratificação de Difícil Acesso (GDA), concedida para profissionais que trabalham em áreas de complicada locomoção. Para se posicionar contra os cortes no benefício, os professores realizaram, na manhã desta sexta-feira (19), dois atos simultâneos nos bairros de Paripe e em Cajazeiras, localizados nas regiões mais afetadas pela retirada do GDA.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) afirma que todos os professores de cinco escolas estaduais de Salvador perderam o benefício. São elas: Colégio estadual Anfrísia Santiago, Colégio Estadual Professor Carlos Barros, Colégio Estadual Dantas Junior, Colégio Estadual Eduardo Bahiana e Colégio estadual Dona Leonor Calmon (CPM). A APLB informou qure aguarda um posicionamento do governo até a próxima terça-feira (22) . Caso não ocorra, prometem avaliar a possibilidade de greve nas 26 escolas em que os professores recebem ou recebiam a gratificação.
“Tivemos um ato na frente da SEC na terça. Na quarta, tivemos uma plenária onde foram lançados estes dois atos em paripe e cajazeiras. Se não houver a devolução, as 26 escolas entrarão em greve. Demos o prazo até segunda e marcamos uma plenária para a terça, às 9h, no colégio central para indicativo de greve”, explicou o diretor executivo do sindicato.
No Colégio Estadual Anfrísia Santiago, os profissionais afirmam que foram informados, em janeiro, que a redução do salário havia sido um erro do RH Digital – sistema que organiza os contracheques dos servidores do estado. “Nós não fomos comunicados. A gratificação foi suspensa com a justificativa de que seria um erro no sistema do RH. De janeiro para cá nós tivemos algumas vezes na Secretaria de Educação. Eles alegam que vão resolver e que é para aguardar, mas estamos entrando no sétimo mês sem a gratificação”, contou o professor da instituição, Carlos Alberto Moreira, que deixou de receber mais de 8 mil reais desde o primeiro corte.
Para alguns professores, a restrição foi ainda maior. O docente de História do Colégio Estadual Barros Barreto, Divolne Luz, relata que deixou de receber cerca de R$ 4 mil em julho. “O mais complicado de tudo é que, a gratificação, que era uma vantagem, passou a ser um desconto no contracheque. Eu deixei de receber auxílio alimentação, auxílio transporte, o GDA, tempo de serviço averbado, inclusive a promoção referente ao curso que fiz no ano passado. No meu caso, foi uma porrada na minha vida”, afirmou.