Que Salvador é uma cidade onde possui as praias mais lindas do mundo, isto todos já sabe. O que muita gente não sabe, é que toda essa beleza está sendo ameaçada. O problema é que, alguns proprietários de embarcações, quando querem se desfazer desses equipamentos, acabam abandonando suas carcaças nas areias das praias. Apenas este ano, a secretaria municipal de ordem pública de Salvador (Semop), já notificou 18 proprietários de barcos.
Das notificações realizadas este ano, o órgão explica ainda que 14 delas, os proprietários fizeram a remoção dos seus bens e 4, foram apreendidas pelos agentes da prefeitura. As principais praias onde ocorreram as infrações foram as localizadas na Ribeira, a praia de São Tomé de Paripe, praia do bairro de Tubarão, as de Itacaranha, Itapuã e de Ondina.
A equipe da Tribuna da Bahia encontrou o aposentado Valter Galvão, 65 anos, na praia do final de linha da Ribeira, ele relatou a importância da preservação e limpeza do local. “Aqui é uma praia linda, mas infelizmente alguns proprietários abandonam seus barcos velhos, muitos por falta de condições financeiras para fazer manutenção”, justificou o aposentado que também é proprietário de uma lancha que fica atracada no local.
Além da poluição visual, causada pelo problema, as areias da orla da capital, ainda enfrenta outro dilema, a falta de segurança, que vem causando medo para população. “Moradores de rua, fazem dessas carcaças abandonadas, moradias e dormitórios. Eles são muitas vezes usuários de drogas e acabam afastando banhistas e frequentadores”. Relata Valter Galvão.
O aposentado frisa ainda, a questão da sujeira, que causa preocupação a população. “O acúmulo de água das chuvas acaba se transformando em criatórios de mosquitos da dengue, além de outros tipos de insetos e animais peçonhentos também”. De acordo com a assessoria de imprensa da Semop, a fiscalização nas praias da capital baiana é feita rotineiramente e são de responsabilidade da Diretoria de Serviços Públicos (DSEP), órgão vinculado a Semop. “No caso de encontrarmos algumas sucatas ou carcaças de qualquer tipo de embarcações, os proprietários são notificados imediatamente”, explica.
Ainda segundo a Semop, os proprietários das embarcações quando notificados, a depender do estado de conservação do equipamento, recebem um prazo de até 72 hora para retirada dos seus bens. “Após esse prazo, caso o proprietário não tenha ainda feito a retirada, fazemos a remoção do equipamento para o local apropriado”. O local apropriado para o depósito das embarcações, citado pelo órgão, fica na sede da Guarda Municipal de Salvador, localizado na Avenida San Martin no Bairro Cosme de Farias. “Os proprietários ainda têm um prazo de 60 dias para resgatar seus barcos ou sucatas, então, depois desse tempo, os equipamentos apreendidos são descartados ou leiloados, vai depender do seu estado de conservação.(TB)