O Ministério Público do Rio de Janeiro avalia que há indícios de lavagem de dinheiro em transações imobiliárias de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL). As suspeitas citadsa envolvem compra e venda feitas pelo ex-deputado, reveladas em reportagem da Folha em janeiro de 2018. Flávio negociou 19 imóveis na zona sul do Rio e na Barra, com lucros em transações relâmpago.
O MP havia pedido a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador entre os anos de 2010 e 2017. De acordo com a Veja, os promotores citam casos em que teria havido uma valorização excessiva dos imóveis. Em 27 de novembro de 2012, por exemplo, ele comprou, por R$ 140 mil, um apartamento na Avenida Prado Junior, em Copacabana, Zona Sul carioca. Quinze meses depois, vendeu o imóvel por R$ 550 mil, com lucro de 292%.
A promotoria também aponta crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio, no período em que ele exercia o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), entre 2007 e 2018. O gabinete de Flávio teria características de uma organização criminosa “com alto grau de permanência e estabilidade, formada desde o ano de 2007”.
Uma das bases para a conclusão do MP foi o posicionamento da defesa do ex-assessor Fabrício Queiroz, que admitiu que ele recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete na Alerj. Os advogados dizem ainda que ele usava as quantias para remunerar assessores informais de Flávio, supostamente sem o conhecimento do então deputado estadual.