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GUEDES DIZ QUE SE SENTIU DESRESPEITADO EM AUDIÊNCIA NA CÂMARA

Redação - 09/05/2019 07:11

Após mais de sete horas de reunião na comissão especial da reforma da Previdência, o ministro Paulo Guedes avaliou o debate como positivo, mas disse que se sentiu desrespeitado em vários momentos e ouviu “vários equívocos” de parlamentares sobre a proposta apresentada pelo governo. O ministro aproveitou seus últimos minutos de fala para voltar a defender a migração para o sistema de capitalização, que continua sendo um dos pontos de maior resistência entre parlamentares.

— Quero que os senhores me perdoem se eu me excedi em algum momento. Merece respeito quem respeita. Em alguns momentos me senti desrespeitado. As referências são mentira, falta de honestidade. Há acusações que vocês fazem uns aos outros que não são comuns. Isso não é comum. Só reagi ofendido — disse o ministro.

Guedes voltou a dizer que, se o impacto fiscal for menor que R$ 1 trilhão, o governo não poderá propor a migração para o novo regime. Hoje, quem está na ativa para bancar as aposentadorias dos mais velhos, no sistema de repartição. Na capitalização, cada trabalhador poupará para sua própria conta. Os detalhes sobre como isso será operacionalizado, no entanto, ainda não foram revelados, porque a equipe econômica quer primeiro aprovar a reforma do modelo atual. A capitalização viria em um segundo momento, via projeto de lei.

— Temos que ter uma reflexão serena. Não temos nenhuma pretensão de ter a verdade conosco. Sabemos da urgência. Se fizer uma reforma de R$ 700 bilhões, acabou — disse Guedes. Depois da reunião, integrantes da equipe econômica avaliaram o encontro como positivo. Os integrantes disseram, no entanto, que é impossível calcular detalhes sobre a capitalização, como o custo de transição para a capitalização, embora o ministro já tenha um plano de voo na cabeça. Em conversa com jornalistas, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, avaliou que a reunião foi tranquila.

— Foi uma reunião tranquila, onde houve oportunidade de ouvirmos os pontos de vista dos deputados a respeito do tema e ao mesmo tempo as respostas do ministro, que mostra muita consistência na defesa do projeto — disse Marinho em conversa com jornalistas após a reunião. O secretário foi o responsável por apresentar dados de forma didática na abertura da reunião. A apresentação que levou à comissão mostrou, por exemplo, que 15% dos mais ricos acumulam 47% da renda previdenciária e que a média de idade das aposentadorias por tempo de contribuição — requerida por profissionais de renda mais alta — é de 54,22 anos.

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