Embora publicamente o presidente Jair Bolsonaro peça mais sintonia na equipe, nos bastidores ele também critica o vice Hamilton Mourão. Reportagem do Estadão publicada hoje (25) mostra que Bolosnaro fez reparos à atuação do general, durante um voo de Brasília para o Rio de Janeiro, em conversa com senadores e um deputado. A impressão de passageiros da comitiva foi a de que, para o presidente, Mourão atua como uma espécie de presidente paralelo, que está interessado em holofotes. A viagem foi no último dia 11, depois da cerimônia para comemorar cem dias de governo.
Três parlamentares que estavam no voo confirmaram o incômodo do presidente com o vice. Bolsonaro foi ao Rio para assistir a uma palestra do pastor John Hagee e ir a um almoço do Conselho de Ministros Evangélicos do Brasil. No chamado “voo da queimação”, Bolsonaro apresentou vários problemas com o vice que, nove dias depois, apareceram nas redes sociais do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Ele não gostou, por exemplo, de Mourão ter aceitado fazer palestra no Wilson Center, nos EUA, no dia 9, com um convite elogiava o vice, tratado como “uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais”.