Feminismo, empoderamento e representatividade: um time de cantoras formado por Zélia Duncan, Ana Cañas, Fernanda Takai, Tulipa Ruiz, Isabela Taviani, Clarice Falcão, Liniker, Lucy Alves, Luedji Luna e MC Carol se reuniu no Rio para debater a situação das compositoras na MPB e o resultado está no estudo Por Elas que Fazem Música, que será publicado essa semana pela União Brasileira de Compositores (UBC).
Segundo a Quem, além da visão autoral das dez, que discutiram como se consolidaram como compositoras de sucesso em um cenário predominantemente masculino, o debate levantou ainda vivências, causas e luta das artistas pela valorização da mulher – uma luta ainda com muita estrada pela frente. De acordo com o estudo, a maior faixa etária (55%) de mulheres compositoras é entre 20 e 39 anos, e 65% moram no Sudeste. De um um total de 30 mil associados, apenas 14% é composto por mulheres.
A desigualdade de distribuição entre homens e mulheres no cenário autoral do país continua quando o assunto é dinheiro. Dos 100 associados que mais arrecadaram pela UBC em 2018, apenas nove eram mulheres, e os valores médios arrecadados por compositoras são 28% menores que os dos homens. E, do total arrecadado em direitos autorais pela UBC, 91% vão para os homens.
“Nunca pensei que viraria compositora. Meu sonho era cantar, desde menina. Mas percebi que compor era a coisa mais íntima que se pode fazer. Ao mesmo tempo, é absolutamente pessoal para quem você sequer conhece. Você externa um sentimento seu que, quando menos imagina, sublinha os sentimentos dos outros”, explicou Zélia Duncan.