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N° DE MORTOS PELA POLÍCIA NO BRASIL CRESCE 18% EM 2018

Redação - 19/04/2019 08:45

O Brasil teve no ano passado 6.160 pessoas mortas por policiais – 935 a mais que em 2017. No mesmo período, 307 policiais foram assassinados – número menor que o do ano anterior. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

O número de vítimas em confronto com a polícia cresceu 18% em um ano. A alta vai na contramão da queda de mortes violentas no país, que foi de 13% em 2018. Já o número de policiais mortos caiu 18% – foram 374 oficiais assassinados em 2017. Os dados, inéditos, compreendem todos os casos de “confrontos com civis ou lesões não naturais com intencionalidade” envolvendo policiais na ativa.

O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, quando a sociedade e as instituições flexibilizam o controle sobre a violência policial, uma parte do efetivo aproveita essa licença para matar para defender seus próprios interesses pessoais e financeiros.

Segundo Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima, diretores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de mortes por policiais deve ser alvo de atenção dos gestores da área. “Uma polícia sem controle e que faz da força letal uma prática comum no enfrentamento do crime caminha, ela própria, em direção ao crime”, dizem. “Quem defende que a polícia tenha liberdade para matar está defendendo que Estado decida, ao arrepio da lei, quem pode ou não viver.”

Para eles, preocupa também o número de policiais vítimas de homicídio, na medida em que há um agravamento da situação do policial em folga. “Em meio a esse cenário de pânico e guerra, é trágico constatar a força da hipocrisia política que estimula a espiral de violência que ainda toma conta do Brasil e que se contenta em amontoar corpos, quase todos negros e jovens como a soldado PM Juliane (morta na favela de Paraisópolis).”

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