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BNDES REGISTRA LUCRO LÍQUIDO DE R$ 6,7 BILHÕES EM 2018

Redação - 27/03/2019 14:49

Não obstante a redução do resultado de intermediação financeira decorrente da expressiva redução da sua carteira de empréstimos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 6,7 bilhões no ano passado. O aumento de 8,5% no lucro líquido explica-se principalmente pelo aumento da venda de participações societárias, notadamente aquelas detidas pelas BNDESPAR. A carteira de empréstimos do BNDES passou de R$ 560 bilhões em dezembro de 2017 para R$ 520 bilhões em dezembro de 2018 (eram R$ 624 bilhões ao final de 2016). A dinâmica desse item do balanço do banco reflete a redução de investimentos da economia brasileira em geral e o amadurecimento da carteira de crédito do BNDES. O ajuste no tamanho dessa carteira, assim como o aumento das provisões para risco de crédito, notadamente por conta de empréstimos no exterior, levaram o resultado da intermediação financeira a passar de R$ 8,3 bilhões em 2017, para R$ 6,4 bilhões em 2018.

As provisões em 2018 somaram R$ 5,9 bilhões, decorrentes principalmente de R$ 2,2 bilhões associados aos empréstimos para a Venezuela e R$ 2,2 bilhões associados aos empréstimos para Cuba, inadimplentes. O impacto da convergência da TJLP (atualmente de 7%) e da taxa SELIC (6,5%) nas receitas do banco foi limitado, pois as taxas de captação e aplicações são de modo geral casadas. O resultado pela alienação de participações em empresas alcançou R$ 6,1 bilhões em 2018, substancialmente acima dos R$ 3,7 bilhões obtidos em 2017, devido à aceleração das vendas e apreciação da bolsa de valores. Além do lucro das vendas de Petrobras (R$ 2,2 bilhões) e Vale (R$ 2,6 bilhões), destaca-se a venda da participação na Eletropaulo com lucro de R$ 1,1 bilhão, após um longo processo de fortalecimento da empresa com o apoio do BNDES, que resultou na aquisição da empresa por um investidor estratégico. A participação do Sistema BNDES no capital da Petrobras passou de R$ 35,3 bilhões (16,5%) ao final de 2017 para R$ 46 bilhões (15,0%) ao final de 2018.

O desempenho positivo com participações societárias do Sistema BNDES (incluindo BNDESPAR) refletiu ainda o aumento de dividendos e juros sobre capital próprio, que passaram de R$ 0,9 bilhão em 2017 para R$ 2,5 bilhões em 2018, com destaque para R$ 1,3 bilhão advindos da carteira de Petrobras. A apreciação do mercado acionário brasileiro permitiu ainda a reversão de reavaliação de algumas ações (impairment), resultando em ganho de R$ 460 milhões em 2018, contra perdas de R$ 628 milhões em 2017. Somando-se os lucros na alienação à reversão dos impairments, ao aumento de dividendos/JCP e outros fatores, o resultado com participações acionárias do BNDES saltou de R$ 5,1 bilhões em 2017 para R$ 9,9 bilhões em 2018.

As despesas administrativas e de pessoal mantiveram-se estáveis em termos nominais, em torno de R$ 2,2 bilhões. Outras despesas tiveram um aumento não recorrente pelo reequilíbrio do plano de pensão, alcançado paritariamente, isto é, com esforço equivalente do patrocinador e patrocinados. Considerando os ganhos da intermediação e de carteira, assim como as despesas do BNDES, o resultado antes dos tributos sobre o lucro alcançou R$ 12 bilhões, ante R$ 9,7 bilhões em 2017, crescendo 23%. O volume de tributos sobre o lucro cresceu 62%, contribuindo para os cofres públicos com R$ 5,2 bilhões. Com isso, o Resultado Líquido do período alcançou R$ 6,7 bilhões em 2018, valor próximo aos R$ 6,2 bilhões de 2017. Não obstante o lucro líquido do BNDES ter-se mantido estável, a participação dos funcionários nesse lucro diminui, passando de R$ 336 milhões para R$ 89 milhões, em decorrência principalmente da redução do volume de desembolsos e das receitas recorrentes do Sistema BNDES.

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