O documento que atesta que a Vale sabia que funcionários seriam fortemente atingidos em caso de rompimento da barragem de Brumadinho (MG) deverá ter impacto sobre a indenização que a empresa terá de pagar às vítimas. O plano de emergência foi obtido pela Folha de S. Paulo e divulgado ontem (1º). Segundo a coluna Painel, da Folha, o Ministério Público do Trabalho contabilizou 685 empregados da Vale na região. Parte deles estava em uma mina que não foi atingida pela lama.
Os procuradores aguardam o fim das buscas para que a mineradora comprove quantos de seus funcionários estão vivos e qual a situação de cada atingido. Como a maioria dos contratados é da própria Vale, as indenizações deverão ser mais robustas do que no caso da barragem de Mariana, ocorrido em 2015. Na ocasião, boa parte dos funcionários era terceirizada, o que fez com que a indenização imposta à Samarco fosse de R$ 2 milhões por grupo familiar, considerada baixa. O último balanço da Defesa Civil de Minas Gerais aponta que 115 pessoas morreram, 395 foram localizadas e 248 ainda estão desaparecidas.