BE- Deputado, existem rumores de que o PR estaria brigando pela secretaria de infraestrutura no governo Rui e que o senhor seria cotado para assumir a pasta. O PR vai entrar na briga por uma pasta no secretariado de Rui?
JCA – Esses “rumores” eu desconheço. Não. Nunca fui cogitado e tampouco cogitamos entrar nessa “briga.”
BE- O senhor é um dos nomes colocados à disposição pela legenda para assumir uma pasta no governo Rui?
JCA – Novamente, nunca fui cogitado e nem cogitei isto.
BE- O PR pretende lançar um candidato à prefeitura de Salvador em 2020? Se sim quem seria?
JCA – Hoje a discussão não é bem a respeito de se teremos ou não candidato à Prefeitura de Salvador em 2020. Até porque, 2020 ainda está distante. Penso que, se houver um cenário favorável e sejamos provocados, podemos sim, entrar na disputa. Nomes? Também é cedo. É uma discussão para o futuro e como dizem os mais sábios, o futuro a Deus pertence.
BE- O senhor chegou a cogitar a hipótese de migrar para base do prefeito ACM Neto antes das eleições começarem. Essa chance ainda existe?
JCA – Mais uma vez, entramos no campo dos rumores. Não cogitei nem fui cogitado e no momento, não, não vejo a menor chance disto acontecer.
BE- O PR já teve um líder político que governou a Bahia e ainda é lembrado pelos baianos que é o César Borges. O partido pensa em buscar César para voltar a política e ser uma liderança forte no estado?
JCA – Há um equívoco nessa questão. O PR nunca teve um dos seus líderes governando a Bahia. A passagem de César Borges pelo PR foi marcante, sim. Sob seu comando, o partido encolheu drasticamente em todo o estado e hoje, sinceramente, o PR já caminha naturalmente para se tornar (ou já é) uma liderança na Bahia sem a necessidade de recorrer a pessoas de fora dos seus quadros e a nível nacional, já se tornou a terceira maior bancada na Câmara Federal.
BE- O senhor participou de comissões importantes na câmara dos deputados que culminaram em condenações de Eduardo cunha e outros políticos. Porém a visibilidade não garantiu sua reeleição. Como o senhor avalia seu último mandato na câmara?
JCA – Olha, realmente, participei de várias comissões importantes: a de Defesa do Consumidor foi uma delas; no entanto, o que me deu maior projeção ou visibilidade, como preferir, foi a minha atuação na presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da qual fui presidente por três vezes ou seis anos consecutivos. Principalmente durante o processo que culminou com a cassação do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Quanto à questão de não ter sido reeleito, creio que, apesar de ser um fato lembrado em todo o Brasil o que faz com que eu seja reconhecido em restaurantes, aeroportos, em táxis e até mesmo em cidades do exterior, talvez tenha sido um fato pouco explorado durante a campanha e isso tenha tido impacto no resultado negativo. Mas posso garantir – e me orgulho disso: apesar de toda a perseguição que sofri no período – o meu trabalho no Conselho de Ética durante a cassação de Cunha foi, seguramente, o ponto de partida, um dos pilares para a consolidação desta guerra de combate à corrupção que tanto envergonhava o país. Quanto a não ter sido reeleito, é bom lembrar que a memória do brasileiro é curta. Mas eu fiz a minha parte, cumpri o meu papel e continuo combatendo o bom combate; não me retirei do campo e continuarei como sempre: lutando pelo povo da Bahia.