Depois de várias semanas de negociações, a Odebrecht selou um acordo de cooperação com o Ministério Público do Peru que, segundo confirmaram fontes brasileiras ao Globo, prevê o pagamento de uma indenização de US$ 200 milhões ao país pelo dano causado nos escândalos de corrupção envolvendo as mais altas autoridades do Peru.
A empreiteira assinou entendimentos similares com outros países como Equador, República Dominicana e Panamá. No caso do Peru, a colaboração da Odebrecht será crucial para avançar em investigações judiciais sobre o pagamento de subornos a funcionários de vários governos e até mesmo aos ex-presidentes Ollanta Humana (2011-2016) e Alan Garcia (1985-1990 e 2006-2011). Também está sendo investigada por suposto recebimento de propina da empresa a ex-deputada e ex-candidata presidencial Keiko Fujimori, que cumpre pena de três anos de prisão preventiva.
Este acordo, assinado na madrugada deste sábado, representa um grande avanço na chamada Lava-jato peruana. Pelo lado peruano, firmaram o documento importantes promotores como Jorge Ramírez, o coordenador da Equipe Especial de Investigações do MP peruano, Rafael Vela, e o atual representante da Odebrecht no país, Mauricio Cruz, informou o jornal “La República”.
O mesmo diário afirmou, ainda, que nas próximas semanas autoridades judiciais peruanas viajarão ao Brasil para interrogar novamente Jorge Barata, ex-representante da empreiteira no país. Para procuradores como José Domingo Perez, que proibiu recentemente a saída do ex-presidente Garcia do país, contar com a colaboração da Odebrecht será essencial. O mesmo procurador está à frente das investigações sobre Keiko.