Com R$ 28,9 milhões, o herdeiro da empreiteira OAS, César Mata Pires Filho, pagou sua liberdade. Ele se entregou à Polícia Federal na madrugada de domingo para a segunda-feira (26) na Operação Sem Fundo, fase da Lava Jato que investiga fraudes e corrupção na construção da Torre Pituba, sede da Petrobras na Bahia. Agora, o Ministério Público Federal quer saber de onde veio o dinheiro que pagou a fiança milionária paga na última terça (4), que permitiu César Filho sair da prisão.
A Procuradoria pediu informações à defesa do empreiteiro porque as contas de Mata Pires Filho foram bloqueadas pela Justiça e não apresentavam saldo suficiente para o pagamento.
O Ministerio Público Federal pediu que César Mata Pires Filho seja “intimado a esclarecer a origem dos valores depositados a título de fiança, carreando aos autos a documentação comprobatória respectiva”.
“Ao tempo em que manifesta ciência do depósito de R$ 28.917.695,00, efetuado pelo investigado César de Araújo Mata Pires Filho no evento 307, e diante do extrato BACENJUD juntado no evento 302, BACENJUD1, que demonstra terem sido bloqueados, no dia 29/11/2018, nas contas bancárias do referido investigado o saldo de apenas R$ 359.975,15.”
O crime – o empreendimento foco da operação da PF foi feito com dinheiro da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, e realizado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht. Delações de ex-funcionários do setor de propina da OAS forneceram informações aos investigadores sobre como aconteceram os pagamentos de suborno a agentes públicos, a pessoas ligadas ao PT e a dirigentes da Petros. Três dos delatores da OAS afirmam que o herdeiro da companhia participou de reuniões e deu autorização para pagamentos de propina.