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JULIO RIBAS É DIRETOR-PRESIDENTE DO AEROPORTO DE SALVADOR

Redação - 19/11/2018 07:00 - Atualizado 19/11/2018

BE- A Fonte Nova Negócios e Participações e a Concessionária do Aeroporto de Salvador assinaram um termo de parceria e cooperação. Como vai funcionar essa parceria e qual o objetivo dela?

JR- O objetivo é promover ações conjuntas com foco no turismo, cultura, entretenimento e negócios em Salvador. Através dessa parceria, inédita no Brasil entre uma arena multiuso e um terminal aeroportuário, pretende-se ativar e integrar a cadeia produtiva desses setores com a finalidade de incrementar a economia na cidade e no estado.

BE- A concessionária negou na semana retrasada que tenha interesse em construir uma terceira pista no aeroporto de Salvador. A medida foi anunciada após o Inema acatar a recomendação do Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), que alega danos ambientais numa possível obra. Como a concessionária analisa essa questão?

JR- A recomendação do Ministério Público Federal foi apenas preventiva, já que nenhum projeto de construção de uma terceira pista foi apresentado pela Concessionária do Aeroporto de Salvador. Não há intenção ou necessidade de construir uma terceira pista no Aeroporto de Salvador no curto e médio prazo. Nós temos duas pistas – uma auxiliar que acabou de ser reformada e a principal – que atendem bem à demanda atual do Aeroporto de Salvador. Além disso, outras soluções podem ser usadas para aumentar a capacidade de pousos e decolagens sem a necessidade de construção de outra pista. Destaco que a A VINCI Airports tem uma política ambiental bastante rigorosa e todos os aeroportos que integram a sua rede atuam em conformidade com as legislações e regulamentações aplicáveis.

BE- Quais ações devem ser tomadas pelo governo do estado para que o aeroporto tenha uma movimentação de passageiros que justifique a construção de uma segunda pista?

JR- Já existe uma segunda pista no Aeroporto de Salvador, a pista 17/35, também chamada de pista auxiliar. Com comprimento superior a 1.500m ela está em operação e com condições de receber voos comerciais. A construção de uma terceira pista está condicionada a um aumento significativo no tráfego de passageiros. O aumento de tráfego aéreo é uma equação complexa, que depende de múltiplos fatores e atores. É preciso ter desde uma situação econômica favorável no País e no mundo, como atratividade do destino, share of mind, a disponibilidade de voos, entre tantos outros.

Uma das expertises da VINCI Airports é justamente a de aumento de tráfego aéreo nos aeroportos que administra. Através de pacotes de incentivos e do relacionamento com mais de 250 companhias aéreas através da sua rede de aeroportos, nosso time comercial está trabalhando intensamente para atrair novos voos. Somente este ano, inauguramos sete novas rotas, sendo cinco delas internacionais. Agora, Salvador tem voo direto para Miami, mais uma opção para Buenos Aires, para Ilha do Sal, Cidade do Panamá e para Santiago. A conexão dentro do Brasil foi ampliada através de novos voos para Goiânia e João Pessoa.

Também vemos com bons olhos os esforços por parte tanto do Governo do Estado quanto por parte da Prefeitura de Salvador para promover o destino Salvador. A exposição do destino em eventos nacionais e internacionais de turismo, a construção de dois novos centros de convenções e construção de uma intensa agenda de eventos, entre tantas outras ações, nos deixa bastante otimistas em relação ao futuro.

BE- Qual a expectativa de movimentação de passageiros nesse final de ano no aeroporto da capital? 

JR- Acreditamos que haverá um aumento de fluxo de passageiros no Aeroporto de Salvador durante a alta temporada como um todo. A partir de dezembro, contaremos com três novos destinos de temporada – Teixeira de Freitas (Bahia), Cuiabá (Mato Grosso) e Rosário (Argentina), aumento de frequência de voos regulares e rotas sazonais, como voos diretos para Porto Alegre, Curitiba, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro (Santos Dumont). No total, 1.626 voos extras irão operar no Aeroporto de Salvador entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019, o que representa um incremento de 3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

BE- Como estão as obras de melhoria anunciadas no primeiro semestre? Qual a previsão de entrega?

JR- As obras para modernização e ampliação do Aeroporto de Salvador estão dentro do prazo estabelecido. A primeira etapa começou em abril de 2018 e estará concluída até 31 de outubro de 2019. Ela contempla 90% das intervenções que serão feitas no Aeroporto, como ampliação do Terminal de Passageiros em 20.000 m², construção de 6 novas pontes de embarque, ampliação do pátio de embarque e desembarque das aeronaves, intervenções nas duas pistas, entre outros.

Algumas das obras entregues são a reforma na pista auxiliar, construção de uma nova Estação de Tratamento de Efluentes e alteração de layout de parte dos check-ins. Atualmente, há 25 frentes de obra em atividade. Estão em curso a reforma da pista principal, a construção de um segundo píer de embarque e desembarque e a implantação de novos elevadores, por exemplo.

Já a segunda etapa será iniciada em novembro de 2019 e será concluída em outubro de 2021.

BE- Salvador tem perdido espaço no nordeste para outros aeroportos que conseguiram alguns Hubs importantes, como o da Azul. O aeroporto e o governo do estado estão trabalhando juntos para conseguir esses Hubs novamente? Como o senhor analisa esse processo?

JR- A promoção do destino é uma equação complexa, que envolve os poderes municipal e estadual, além dos operadores do trade turístico. Entendemos que somos parte desse processo e nossa diretoria comercial já desenvolveu um plano de incentivos para a taxação das operações. Além disso, o setor está trabalhando em parceria com entidades governamentais para estimular as companhias aéreas a trazer novas rotas para Salvador. O desenvolvimento do tráfego aéreo em parceria com as linhas aéreas são uma das nossas principais forças em muitos dos aeroportos que operamos mundo afora.

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