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ALVORADA RECUPERA ACERVO DE R$ 2,5 MI ANTES DE RECEBER BOLSONARO

Redação - 16/11/2018 14:35 - Atualizado 16/11/2018

O Palácio da Alvorada, primeira construção de alvenaria pronta na nova capital, ainda em 1957, já era grandiosa. Terminada com urgência para abrigar com conforto a família do primeiro morador, o presidente Juscelino Kubitschek, a obra que é um dos mais conhecidos projetos de Oscar Niemeyer está “vazia”. Vazia é exagero – mesmo sem moradores, uma equipe de mais de 20 pessoas trabalha diariamente para manter tudo em ordem na expectativa de que a família do presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, ocupe suas suítes em 2019.

Foi essa janela de tempo sem moradores – depois do impeachment de Dilma Rousseff, Michel Temer teve uma rápida passagem pela residência oficial da Presidência da República, mas preferiu voltar para o Palácio do Jaburu, destinado ao vice – que permitiu o belo trabalho de recuperação da história do Palácio da Alvorada, comandado pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência da República, a DDH. Autorizada por Michel Temer, a equipe montou uma Comissão de Curadoria para restaurar o palácio como nos planos originais do autor e da decoradora oficial do projeto, a filha Anna Maria Niemeyer. Esta é a primeira tentativa, desde a construção do edifício, de manter os móveis como foram inseridos originalmente.

Nesta Comissão, além de membros da própria DDH havia representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Distrito Federal (Iphan-DF), do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), da Secretaria de Comunicação (SeCom) e um estudioso do Instituto Federal de Brasília, escola que possui uma oficina de restauro de mobiliário. Todos contribuíram para que o Palácio da Alvorada tivesse de volta seus móveis originais (encontrados em condições sofríveis em galpões espalhados por Brasília), posicionados nos locais definidos pelos Niemeyer e com belas histórias para contar. Um ano e meio se passou desde que as intervenções começaram e agora há apenas uma pendência a ser resolvida: a retirada de uma parede de gesso acartonado que cobre um grande espelho, colocada ali durante o mandato de Fernando Collor. Vale ressaltar que o gasto total da recuperação do mobiliário – cerca de R$ 3,8 mi entre Alvorada e Planalto – não deve ser considerado como absoluto, porque boa parte dos serviços foi executada pelas oficinas de marcenaria e serralheria dos quadros do governo federal.

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