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FORD AMEAÇA TRANSFERIR A PRODUÇÃO PARA SP, POR CAUSA DOS INCENTIVOS

Redação - 18/10/2018 16:58 - Atualizado 18/10/2018

Uma disputa entre a Ford na Bahia e a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), com fábrica em Pernambuco, por conta da aprovação do novo regime automotivo, chamado Rota 2030 está colocando em campos opostos no Congresso Nacional a bancada de deputados da Bahia e de Pernambuco. A questão é séria e executivos da Ford disseram a parlamentares baianos que se a empresa tiver prejuízo e perder mercado para a concorrente poderá até transferir a produção para São Paulo. As duas empresas estão de acordo com o projeto que está em discussão na Câmara que prolonga o incentivo a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no Nordeste, que acabaria em 31 de dezembro de 2020, até 2025 mas discordam da maneira como isso será feito.

A Ford defende que os incentivos sejam prorrogados por cinco anos com as mesmas regras de hoje, que permitem usar os créditos para abater todos os impostos federais. Mas uma emenda do senador Armando Monteiro (PTB-PE) que, também prorroga o programa até 2025, propõe limitar os créditos apenas ao valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) devido, que só seriam usados para compensar os gastos que a empresa teria com IPI. E restringe o abatimento apenas às unidades do Nordeste e não poderiam ser usados para abater custos das fábricas das empresas no Sudeste.

Essa emenda é boa para Fiat que produz   os Jeeps Compass e Renegade e a caminhonete Fiat Toro, de maior potência e valor de venda, e que pagam mais IPI (em torno de 25%). Mas a emenda é ruim para a Ford que em Camaçari fábrica veículos de menor potência, como o Ford Ka e o Ecosport, que pagam menos IPI (cerca de 8%), o que limita o valor dos créditos gerados e também seu desconto. A Ford também tem uma fábrica de peças na região, o que vai diminuir ainda mais o IPI por causa de outros créditos cumulativos.

O impasse fez a bancada da Bahia impedir a votação da MP nesta quarta-feira em uma comissão do Congresso e a questão será analisada na terça-feira. A Câmara só aceita a votação até quinta-feira porque o texto ainda precisará passar pela Câmara e Senado até 16 de novembro ou perderá a validade, derrubando todo o Rota 2030. Com informações do Valor e Estado de São Paulo.

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