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BANCADA DA BAHIA PROMETE BARRAR PRORROGAÇÃO DE IPI NO CONGRESSO

Redação - 18/10/2018 14:55 - Atualizado 18/10/2018

Por João paulo Almeida 

Em contato com o portal Bahia Econômica, o deputado federal do Democratas José Carlos Aleluia, afirmou que o projeto de prorrogação do incentivo a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no Nordeste, que acabaria em 31 de dezembro de 2020, até 2025 não passará pela câmara se prejudicar a Ford na Bahia. Segundo Aleluia, não tem sentido aprovar um projeto que está de acordo apenas com a indústria de Pernambuco e prejudica a Bahia e o Ceará.

“Eu estou acompanhando essa disputa desde o inicio. Nós reunimos as bancadas de todos os partidos tanto da oposição quanto da situação para debater a questão e chegamos a um consenso que a prorrogação não vai acontecer se for prejudicar a Ford na Bahia. Precisamos achar um termo que seja viável para todas as indústrias automotivas do país. Do jeito que está só Pernambuco ganha, Ceará e Bahia acabariam prendendo mercado, coisa que não vamos aceitar”, explicou Aleluia.

Entenda o caso: Uma disputa entre a Ford na Bahia e a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), com fábrica em Pernambuco, por conta da aprovação do novo regime automotivo, chamado Rota 2030 está colocando em campos opostos no Congresso Nacional a bancada de deputados da Bahia e de Pernambuco. A questão é séria e executivos da Ford disseram a parlamentares baianos que se a empresa tiver prejuízo e perder mercado para a concorrente poderá até transferir a produção para São Paulo. As duas empresas estão de acordo com o projeto que está em discussão na Câmara que prolonga o incentivo a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no Nordeste, que acabaria em 31 de dezembro de 2020, até 2025, mas discordam da maneira como isso será feito.

A Ford defende que os incentivos sejam prorrogados por cinco anos com as mesmas regras de hoje, que permitem usar os créditos para abater todos os impostos federais. Mas uma emenda do senador Armando Monteiro (PTB-PE) que, também prorroga o programa até 2025, propõe limitar os créditos apenas ao valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) devido, que só seriam usados para compensar os gastos que a empresa teria com IPI. E restringe o abatimento apenas às unidades do Nordeste e não poderiam ser usados para abater custos das fábricas das empresas no Sudeste.

Essa emenda é boa para Fiat que produz   os Jeeps Compass e Renegade e a caminhonete Fiat Toro, de maior potência e valor de venda, e que pagam mais IPI (em torno de 25%). Mas a emenda é ruim para a Ford que em Camaçari fábrica veículos de menor potência, como o Ford Ka e o Ecosport, que pagam menos IPI (cerca de 8%), o que limita o valor dos créditos gerados e também seu desconto. A Ford também tem uma fábrica de peças na região, o que vai diminuir ainda mais o IPI por causa de outros créditos cumulativos.

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