Nos bastidores, integrantes da campanha de Fernando Haddad (PT) classificaram como “delicada” a situação do presidenciável petista após a divulgação da pesquisa Datafolha desta quarta-feira (10). A pesquisa, a primeira do segundo turno da eleição presidencial, indica Jair Bolsonaro (PSL) com 58% das intenções de voto (considerados os votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos); Haddad tem 42%.
Para petistas integrantes da campanha, Haddad precisa reverter votos que seriam dados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – se fosse ele o candidato do PT – mas migraram para Bolsonaro. Ou seja: o entendimento é que é preciso investir na chamada nova classe média, segmento no qual Bolsonaro lidera as pesquisas.
Mauro Paulino, diretor do Datafolha, avaliou que essa camada da população é grata a Lula pelas conquistas sociais, mas desconfia do chamado “candidato poste”. Além disso, a campanha de Haddad terá de dar um “choque de marquetagem” para tentar reverter o quadro entre os eleitores que escolhem Bolsonaro em razão do discurso da segurança e do combate à violência. Uma das ideias, segundo especialistas, seria “explorar o medo contra o medo”.