segunda, 06 de maio de 2024
Euro 5.4908 Dólar 5.0725

AGRICULTURA PEDE FACILITAÇÃO AO CRÉDITO AO PRÓXIMO PRESIDENTE

Redação - 05/09/2018 07:52

A meta é audaciosa e otimista. Ampliar em 33% a produção agrícola no Brasil até 2030, ou seja, aumentar em um terço a produção brasileira de alimentos em apenas 12 anos. Este é o principal desafio apresentado pelas entidades do setor agropecuário que assinam o documento O Futuro é Agro, elaborado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e entregue a todos os candidatos a presidente do Brasil.

O documento foi organizado pela CNA em parceria com universidades e indústrias e é assinado pelas 15 entidades que integram o Conselho do Agro, entre elas a Abrafrutas, a Aprosoja Brasil e o Conselho Nacional do Café. Nas suas 140 páginas aponta entraves e possíveis soluções para os problemas que afetam a agropecuária brasileira, enumerando as prioridades consideradas essenciais para o setor.

O texto sugere ao futuro presidente do Brasil ações para fortalecer a gestão de risco do agronegócio, a desburocratização dos financiamentos e a melhoria dos programas de rendimentos dos produtores rurais. Os representantes do setor querem mais segurança jurídica das atividades dentro do Brasil e estabelecer parcerias estratégicas como outros países, como China e Estados Unidos.

Parte do documento é dedicado ao setor de logística. Dezenas de obras são elencadas como essenciais para facilitar o escoamento da produção agrícola nos próximos 10 anos. São obras em rodovias, ferrovias e portos. Das 34 citadas, 5 passam pela Bahia. Na rodovia BA-020 dois trechos são apontados como cruciais. Entre Santa Rita de Cássia e Campo Alegre de Lourdes, o setor agropecuário reivindica a elaboração do projeto e pavimentação de 310 quilômetros. Este trecho seria responsável pelo escoamento de 1,5 a 3 milhões de toneladas de alimentos para a região Nordeste.

Já no trecho entre Barreiras, no Oeste do estado, e Picos, no Piauí, eles pedem a pavimentação de 741 quilômetros de rodovias por onde passam cerca de 5 milhões de toneladas de alimentos por ano. Na BR-242, entre Luiz Eduardo Magalhães, também localizada no Oeste baiano, e os Portos de Aratu e Cotegipe, em Salvador, os produtores rurais pedem a instalação de terceiras faixas de tráfego. O objetivo é facilitar o transporte de 5 a 10 milhões de toneladas de grãos por ano, além do transporte de fertilizantes. Ainda na área dos portos, os produtores rurais querem a abertura de licitação dos terminais de fertilizantes no Porto de Aratu, responsável pelo escoamento de 1,5 milhão de toneladas por ano.

Outra reivindicação envolve a finalização da ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). O setor agropecuário pede a abertura de licitação para conclusão de dois trechos. O primeiro entre Ilhéus, Sul da Bahia, e Figueirópolis, no Tocantins. O outro é o trecho entre Brumado, no Sudoeste baiano, e os Portos de Aratu/Cotegipe, em Salvador. Se for concluída, a ferrovia teria capacidade para escoar entre 20 a 27 milhões de toneladas de grãos por ano, através da ligação com a Ferrovia Norte Sul. Atualmente, não há previsão para conclusão da obra, paralisada em muitos trechos.

Também não ficam de fora do documento temas como regularização fundiária, defesa do livre mercado, combate à criminalidade no campo e ações de proteção aos recursos naturais. Os produtores rurais afirmam que precisam de apoio dos governantes às políticas públicas que conciliem desenvolvimento econômico e ambiental.

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.