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PIB PERTO DE ZERO TEM RELAÇÃO DIRETA COM A GREVE DOS CAMINHONEIROS E O BAIXO INVESTIMENTO, DIZEM ANALISTAS

Redação - 31/08/2018 11:00

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre reforça a percepção de que a economia brasileira está sem motores para garantir uma recuperação mais rápida. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia cresceu 0,2% entre abril e junho, com o consumo das famílias ainda sendo pressionado pelo elevado desemprego e os investimentos limitados pela ociosidade das empresas e pelas incertezas sobre a corrida eleitoral e a política econômica do próximo governo.

Com os receios e incertezas sobre o futuro, investimentos acabam sendo deixados na gaveta e consumidores também passam a comprar menos ou a adiar gastos. Já o governo está sem margem de manobra para investir, por conta das contas públicas no vermelho. Tudo isso cria um círculo vicioso que leva a economia a não sair do lugar. Diante da fraqueza da recuperação, a expectativa é que a economia brasileira só volte ao patamar de antes da recessão (portanto de 2014), a partir de 2021 ou 2022, segundo cálculos da consultoria Tendências.

Os números do IBGE mostram que o nível de consumo das famílias segue abaixo do que era registrado em 2012. Já o volume de investimentos medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) segue menor do que o patamar de 2008. O segundo trimestre foi fortemente impactado pela greve dos caminhoneiros – que afetou todos os setores, mas as projeções para a alta do PIB em 2018 já vinham sendo revisadas para baixo antes mesmo da paralisação de maio, afetadas pela piora do cenário político, com o emperramento da pauta econômica e de reformas no Congresso, e também pela piora do ambiente externo diante do aumento das tensões comerciais provocadas medidas protecionistas do governo de Donald Trump.

Inicialmente, os economistas chegavam a projetar que o PIB do 2º trimestre poderia crescer próximo de 1%. Mas com a sequência de dados frustrantes e toda a névoa de incerteza que paira na economia brasileira, as projeções foram sendo reduzidas mais próxima de zero, com parte do mercado esperando inclusive um PIB no vermelho. “O país está crescendo muito pouco. É um PIB que não dá para comemorar. Deveríamos ter um desempenho melhor depois de uma recessão tão severa”, afirma Silvia Matos, pesquisadora da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Veja abaixo 9 fatores que explicam PIB próximo a zero

1 – Greve dos caminhoneiros

2 – Desemprego alto e desalento recorde

3 – Endividamento e inadimplência nas alturas

4 – Ociosidade elevada nas empresas

5 – Ambiente externo mais turbulento

6 – Incertezas eleitorais

7 – Baixo nível de confiança de empresários e consumidores

8 – Investimentos em baixa

9 – Contas públicas no vermelho e governos quebrados

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