O ex-ministro José Dirceu afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, que a avaliação dentro do próprio PT é de que o partido não o defendeu no escândalo do Mensalão, mas se manteve firme por lealdade ao ex-presidente Lula. Ele disse que nunca cogitou fazer um acordo de colaboração premiada enquanto esteve preso. “Acho que eles nunca me procuraram porque me conhecem. Conhecem a minha história e sabem que eu jamais faria isso. Palocci tomou decisão de fazer, decisão dele, que ele vai responder sempre. Prefiro ficar na prisão, morrer na prisão, do que fazer isso. Até porque não tenho o que delatar”, frisou.
O petista afirmou que os ataques que sofreu já eram uma tentativa de derrubar o governo do PT. “Não era um ataque a mim e, sim, ao Lula e ao governo. E a história provou que eu estava certo. Ela provou que o objetivo sempre foi derrubar o governo que acabou acontecendo com o impeachment da Dilma, perseguição a Lula, condenação e prisão. Eu era só um dos caminhos”, ressaltou.
José Dirceu disse que a demissão dele do ministério foi um “momento triste”. “Dediquei minha vida toda para o PT, para defender o Lula. A avaliação dos nossos companheiros é que o governo do PT não defendeu, não resistiu. Eu, como sou muito leal ao Lula, aceitei e fui tocar a minha vida, lutar para provar a minha inocência. Foi uma cassação política para me tirar do governo, para me tirar da vida política do país. Mas não conseguiram, porque eu não saio. Eu defendo, antes de mais nada, o governo Lula e o PT, depois eu me defendo”, afirmou.
Dirceu ainda lamentou o fato de Palocci ter feito delação. “É uma tragédia isso, fico muito triste. Amigo nosso, companheiro nosso, tomar uma decisão na vida que eu considero muito duro, muito triste, porque o Palocci era um dos nossos. Mas cada um sabe o que faz na vida. Sempre respeitei muito o Palocci apesar de divergir muito. Eu lamento, mas também não desejo mal a ele não”, declarou.