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HEINEKEN AMEAÇA FECHAR FÁBRICAS NA BAHIA E PERNAMBUCO

Redação - 10/08/2018 11:37

A Heineken, uma das mais fortes marca de cervejas no Nordeste, está ameaçando fechar suas fábricas na região devido a crise instalada no país. Quando comprou no ano passado a Brasil Kirin, dona da Schin, a Heineken dobrou de tamanho. E pagou um preço atrativo — 65% menos do que os japoneses da Kirin haviam pago seis anos antes. Mas, junto com as 12 fábricas, que elevaram a capacidade de produção de 20 milhões de hectolitros para 50 milhões, os holandeses herdaram também processos judiciais complexos, que se arrastam a anos e fazem os donos da empresa pensar em desistir do negócio.

O problema gira em torno de valores de distribuição da cerveja com distribuidoras. A origem da disputa em Pernambuco data de 2015, logo após a distribuidora Mediterrânea, da empresária Luciana Hazin, entrar com pedido de recuperação judicial para renegociar dívidas da ordem de R$ 100 milhões — o maior credor é a Heineken, com crédito em torno de R$ 50 milhões

Na época, a Mediterrânea conseguiu na Justiça a prorrogação compulsória do contrato de fornecimento que tinha com a Brasil Kirin, comprada pela Heineken em fevereiro de 2017. Atualmente, a única atividade da Mediterrânea é distribuir produtos da Heineken. Faz a entrega ao varejo, com exclusividade, na parte norte da região metropolitana do Recife, que inclui Olinda e na Paraíba.

No processo, Luciana reclama que a cervejaria estava praticando preços extremamente baixos em áreas próximas às de atuação da Mediterrânea, criando uma concorrência desleal. A Heineken tem distribuição própria em Recife e Jaboatão dos Guararapes. Mas diz que não tem interesse em assumir a distribuição nas áreas da Mediterrânea e informa que trabalha com seis distribuidoras em Pernambuco e duas na Paraíba

O governo de Pernambuco preferiu não comentar a questão. Caso a empresa resolva fechar as duas fábricas da região, eles poriam fim a uma perda de R$ 10 milhões por mês. Hoje a Heineken tem 15 fábricas produzindo cerveja por todo Brasil. Todas elas juntas não conseguiram suprir a produção das duas de Pernambuco, pois já estão trabalhando no limite de suas capacidades. Por isso a empresa perderia a venda na região.

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