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ARMANDO AVENA: POLÍTICA NO BRASIL: TUDO JUNTO E MISTURADO

Redação - 27/07/2018 08:37

A política existe para viabilizar a governança e para garantir estabilidade do governo. No Brasil, no entanto, a política existe para garantir o poder, não para viabilizar o governo. Política no Brasil é tudo junto e misturado e de tal maneira que ninguém sabe quem é quem no processo eleitoral. A coisa é tão confusa que o PP, o PSD e o PR, que na eleição presidencial vão apoiar o candidato do PSB, Geraldo Alkmin, na Bahia vão apoiar o candidato do PT, Rui Costa. E o PDT, que nacionalmente vai apoiar Ciro Gomes, na Bahia vai também apoiar o candidato do PT e isso se repete em vários estados. E assim fica tudo junto e misturado e na cabeça do eleitor paira uma dúvida: mas após as eleições, no Congresso Nacional, quem vai apoiar quem?

É por causa disso que, após as eleições, o presidente eleito com mais de 60 milhões de votos sobira a rampa do Palácio do Planalto algemado, preso a todo tipo de negociação que terá de fazer com esse congresso soberano, cujo objetivo não é viabilizar o governo, mas somente o poder. No Brasil, partido político não tem programa de governo, tem apenas projeto de poder e de tal maneira que o candidato cujo partido defendia as teses de esquerda, resolveu defender as propostas do Centrão para assim ter apoio de um leque de partidos liberais e aquele outro cujo partido era favorável ao fim do imposto sindical, resolveu ficar contra pelo mesmo motivo. É assim, tudo junto e misturado. Em outros países é diferente.

Nos Estados Unidos, por exemplo, há quase 200 anos se sabe que o Partido Democrático defende mais gastos sociais e o aumento  da carga tributária e que o Partido Republicano quer reduzir a carga tributária e acabar com programas sociais. Simples assim. No Brasil é diferente, todos os partidos aumentam a carga tributária e ninguém se atreve a mexer em programas sociais. Além disso, ao sul do Equador, os interesses dos grupos de pressão e os interesses dos partidos políticos fica tudo junto e misturado. Grupos de pressão, ou grupos de interesse, existem em todo o mundo e defendem que seus interesses privados sejam adotados ou assimilados pelo estado. A Fiesp, a CUT, o MST e até a CNBB são grupos de pressão legítimos e tem todo o direito de defender os interesses particulares dos seus associados.

Um partido político é diferente, ele não pode defender apenas os interesses de um grupo e necessita ter um programa de governo que busque atender a todos, por isso não faz sentido ter um partido das mulheres ou um partido dos aposentados. Mas no Brasil é tudo junto e misturado por isso um grupo de pressão como o MST passa a ser braço direito de um partido e outro, como a Fiesp, faz do seu presidente o candidato de um partido. Enquanto a política for feita desta maneira, com dezenas de pequenas agremiações políticas que nada representam, com partidos que não definem claramente suas propostas e com políticos que não tem a governabilidade como meta, mas apenas a conquista e manutenção do poder, o Brasil vai continuar sendo essa geleia geral – tudo junto e misturado –, um país instável controlado por um Congresso Nacional cujo objetivo é apenas o poder pelo poder. Infelizmente, o próximo presidente será escolhido nesse contexto e queira Deus que consiga apoio para governar sem que seja necessário vender a alma.

                                                PET: É HORA DE INVESTIR

Um dos ramos de negócios que mais crescem no país é o chamado mercado pet, que envolve os animais de estimação. O Brasil abriga atualmente 132 milhões de animais de estimação, sendo que 56% desse total são cães e gatos. Cerca de 45% dos brasileiros possuem pelo menos um cachorro,  número maior que o de crianças. O mercado pet envolve venda de produtos e serviços desses animais, incluindo aí, hotel, alimentação, saúde, adestramento, beleza, e muito mais.  Em 2017, o faturamento do setor no Brasil atingiu R$ 20,3 bilhões, o 3o maior no ranking mundial, representando um crescimento de 7,9% em relação ao ano anterior. Mesmo na recessão, o setor cresceu a uma média de 5% ao ano.  Com tais números, o setor está em ebulição. Neste sábado, por exemplo, Salvador vai sediar na Arena Fonte Nova a primeira edição do AurenaPet evento voltado para o universo pet.

                                      ELEIÇÕES: O CENÁRIO ATUAL

Nunca uma eleição presidencial foi tão imprevisível quanto esta. Há quem diga que tudo está muito parecido com 1989, mas na verdade existe pouca ou nenhuma semelhança. Antes de tudo é preciso lembrar que a eleição de 1989 foi exclusivamente para presidente, enquanto a eleição de outubro será geral e as candidaturas para os governos estaduais terão influencia na eleição presidencial e vice-versa. Por outro lado, em julho de 1989 o candidato favorito, Fernando Collor de Mello, já tinha 40% da intenções voto, enquanto na eleição atual chegamos a julho com todos os candidatos em patamares inferiores a 20%, na primeira fila, e a 10% na segunda fila. A eleição de 2018 ficaria parecida com a de 1989, se Lula fosse candidato, pois, nesse caso, seria favorito com percentuais semelhantes ao de Collor.

Mas a candidatura Lula é quase impossível. Aliás, se o Superior Tribunal Eleitoral, ou qualquer outra corte do país, cometesse o desatino de aceitar a candidatura a presidente de alguém preso e carregando nas costas uma condenação em 2ª instância de 12 anos em regime fechado, o Brasil se tornará uma piada mundial. Sem Lula, a eleição se torna imprevisível, pois ninguém sabe qual é a efetiva capacidade dele transferir seus votos. Não se sabe também se o programa eleitoral na televisão terá o poder de outros tempos, tampouco se o poder eleitoral das redes sociais é efetivo e se há  eficácia eleitoral nas tradicionais alianças partidárias. Isso sem falar nas ações futuras da Operação Lava-Jato, que deu uma trégua aos políticos, mas não se sabe até quando.  Se nada mudou, se a televisão continua definindo o voto e tudo continua como antes, o mais provável será a repetição do 2º turno entre PT e PSDB. Se a força das redes sociais e a ojeriza do brasileiro pelos políticos predominar, o mais provável será um 1º turno disputado por quatro ou cinco candidatos todos em patamar inferior a 20% dos votos. E aí ninguém sabe o que será. Mas o leitor não deve se enganar, tudo o que dito acima é especulação, na verdade,  ninguém sabe com certeza que rumo vai tomar essa eleição.

                                                    EMPREGO NA BAHIA

O mercado de emprego com carteira assinada está crescendo na Bahia, embora lentamente.  No primeiro semestre de 2018, a Bahia criou 20,4 mil novos postos de trabalho. Não é um número ruim, levando em conta que no mesmo período de 2017 criou apenas 6 mil e que em 2016, em período semelhante,  foram eliminados mais de 20 mil empregos. Nesse ano de 2018, todos os setores estão contratando mais que demitindo, com exceção do Comércio, que eliminou 3,4 mil postos. O emprego ainda não retomou no comércio porque as vendas estão crescendo pouco, já que a taxa de desemprego permanece alta.

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