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CIRO GOMES: MERCADO É UM GRUPO DE BARÕES QUE DOMINA A ECONOMIA COM ESPECULAÇÃO

Redação - 18/06/2018 12:41

Conhecedor da resistência que sua candidatura enfrenta no mercado financeiro, o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não poupou críticas a este segmento, na manhã desta segunda-feira, 18, em sabatina realizada pela rádio Jovem Pan. Segundo o Estadão, indagado se uma eventual vitória sua nas urnas, em outubro, poderia levar o dólar a patamares ainda mais elevados do que os atuais, onde já rondou o patamar dos R$ 4, Ciro disse que se a moeda americana continuar subindo não será por sua culpa.

“O dólar não vai disparar por minha causa, mas pelo vencimento da dívida pública brasileira. A razão é que 26% dessa dívida, de R$ 5 trilhões, vence em 4 dias. O problema não é o seu volume, mas o perfil, e isso precisa ser mudado. A maneira de começar a fazer isso é através da confiança, com alguém que não use frases de efeito, como o Bolsonaro (seu concorrente do PSL, Jair Bolsonaro) ou inexperiente, que faça uso apenas da marquetagem”, afirmou.

Nas críticas ao mercado, que ele continua classificando como “entidade fantasmagórica”, Ciro disse que o mercado se assume como representante da indústria, da produção, da agricultura, da construção civil, do comércio. “Mas, não é. O mercado é um grupo pequeno de barões que domina a economia brasileira, com especulação”, destacou. Ele continuou: “peça para qualquer candidato para refletir sobre qual ajuste fiscal potente é capaz de encarar 4 dias de vencimento de (uma parcela) de R$ 5 trilhões. Só tem um jeito: pagar a dívida e impor confiança. Pela minha proposta, em 24 meses é possível resolver o déficit fiscal brasileiro.” Segundo ele, o essencial é o Brasil restaurar a confiança, pois o pagamento não precisa se realizar à vista, a não ser que tenha algum componente especulativo.

Na sabatina, o pedetista criticou duramente a condução da economia pelo governo do presidente Michel Temer, a quem ele continua chamando de “golpista”. Ciro disse que apesar do ex-ministro da Fazenda e pré-candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, “ser um belo de um cara”, o emedebista acha que está tudo bem neste setor. “E não está”, afirmou “pois o desemprego já passa da casa dos 13 milhões, o próximo presidente pegará um cenário com pressão inflacionária, em razão dessa queda de braço com o mercado, hoje a indústria de transformação no País está reduzida a uma participação de 8%, o que é escandaloso, e a elite bate palmas com o desmonte de nossa economia e com o desemprego”, enfatizou. “Ou mudamos ou o País vai pro vinagre, quando dólar sobe, pressiona a inflação.”

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