sábado, 04 de maio de 2024
Euro 5.5596 Dólar 5.1164

LULA DIZ QUE NUNCA SOUBE DE NEGOCIATAS PARA O BRASIL GANHAR A CANDIDATURA PARA A RIO 2016

Redação - 05/06/2018 11:41 - Atualizado 05/06/2018

Em depoimento por videoconferência prestado nesta terça-feira (5) como testemunha do ex-governador Sérgio Cabral na Operação Unfair Play, o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que nunca soube de negociatas para que Brasil ganhasse a candidatura para sediar a Olimpíada. “Nunca soube de nenhuma negociata, em nenhum momento. Inclusive assinei um decreto em 2009 que coagia transparência de todos os dados. Lamento muito que tenha surgido essa denúncia 8 anos depois”.

A operação sobre a qual Lula depõe investiga a suposta compra de votos para a cidade sediar os Jogos Olímpicos. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o esquema de corrupção montado pelo ex-governador Sérgio Cabral teria “comprado” votos de dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI). Assim que começou a prestar depoimento, o ex-presidente garantiu que “anda em busca da verdade”. “Meu compromisso é com a verdade. Acredito que não haja um brasileiro que esteja mais em busca da verdade do que eu. Estou cansado de mentiras”.

De terno e gravata, Lula já estava a postos às 10h15, aguardando a entrada de Cabral na sala, quando perguntou se o juiz era Marcelo Bretas. O que resultou numa brincadeira do juiz da 7ª Vara Criminal. “Não fala mal de mim não que estou ouvindo”. E Lula respondeu: “Eu sei, estou vendo o microfone aqui na minha frente”. Antes do início da sessão, Cabral pediu permissão para prestar condolências pela morte da Marisa Leticia, informando que já estava preso quando a ex-primeira dama faleceu. “Aproveitar que minha família está aqui. Estava preso quando Dona Marisa faleceu, então a transmissão dos meus sentimentos. Meu abraço ao senhor, da Adriana, meu e dos meus filhos”, disse o ex-governador, com olhos marejados.

Além de Lula, Pelé também deve prestar depoimento a pedido de Carlos Arthur Nuzman. Ainda segundo as investigações do MPF, foram encontrados indícios de que Nuzman teve participação na negociação. O ex-dirigente chegou a ser preso, mas foi solto após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os procuradores afirmam que um dos votos comprados foi o de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo e, naquele momento, membro do COI. O dinheiro teria sido entregue ao filho dele, Papa Massata Diack. Lamine Diack, segundo o MPF, pode ter repassado parte dos valores para comprar mais votos.

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.