Ainda que a greve e os protestos dos caminhoneiros tenham acabado e o presidente da Petrobras tenha pedido demissão do cargo, o cabo de guerra entre governo, caminhoneiros e donos de postos parece estar longe de terminar. O mais recente episódio na série de divergências foi uma forte declaração à imprensa, dada pelo presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, que, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, disse que não haveria lei que obrigasse o comércio varejista a repassar integralmente ao consumidor a redução de R$ 0,46 no litro do diesel no preço das refinarias – medida tomada pelo governo após negociações com os caminhoneiros.
Ainda assim, Soares afirmou que não deveria haver dificuldades no que tange ao repasse. A questão seria se os R$ 0,46 por litro seriam repassados integralmente aos preços praticados nas bombas. As punições para os postos que não repassarem o desconto ao consumidor vão de multa a interdição, informou o governo.
A perspectiva de que o desconto seja repassado ao consumidor foi reafirmada pelo presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do da Bahia (Sindicombustíveis/Ba), Walter Tannus. Ele, porém, evita comentar se o repasse será integral, com o argumento de que o assunto caberia ao cada posto, algo determinado em função das oscilações do mercado. “Estamos aliviados com o fim da situação. Foram dias difíceis, estressantes”, considerou Tannus. Ele ainda acrescentou que a composição do preço do diesel envolve, para além dos postos, o governo e as distribuidoras e que, nessa cadeia, cada qual tem que cumprir o seu papel.
Com reportagem de Luiz Souza