As ações da Braskem serão a garantia dada pela Odebrecht para obter um empréstimo de R$ 2,6 bilhões com Bradesco e Itaú Unibanco. Os recursos serão captados na forma de debêntures, com R$ 1,7 bilhão agora e outros R$ 900 milhões até dezembro. O custo acordado ficou em CDI mais 2% ao ano. O grupo terá um prazo de 12 a 24 meses para tentar uma revitalização dos negócios
O prazo do dinheiro novo é de dois anos, condicionado uma checagem do valor das ações em abril de 2019. Se os papéis estiverem acima de R$ 40,00 na bolsa, o vencimento automaticamente passa para 2020. Ontem, no fim do pregão, as preferenciais (PNA) estavam cotadas a R$ 46,00 e as ordinárias (ON), a R$ 47,00. Caso haja problema para pagamento da dívida, os bancos poderão vender as ações preferenciais da Braskem. Na garantia, as preferenciais estão como cessão fiduciária e as ordinárias, em penhor.
Empréstimo prevê duas tranches: de imediato, R$ 1,7 bilhão. E R$ 900 milhões, com liberação entre 60 e 90 dias. Tão importante quanto o dinheiro novo foi o alongamento de R$ 7 bilhões em vencimentos que ocorreriam nos próximos 12 a 18 meses ou que já estavam pendentes, pulverizados em cinco empresas do grupo. Tudo dentro do mesmo acordo. Do total, R$ 3 bilhões são compromissos com o BNDES. O novo prazo médio dos compromissos rolados é entre quatro e cinco anos.
Pelo contrato com os bancos vigente antes, a Odebrecht poderia ser obrigada a colocar a Braskem à venda em setembro deste ano. Agora, conquistou prazo de quase dois anos antes de correr o risco de ter de reduzir ou se desfazer da petroquímica – ativo que se tornou essencial desde a crise gerada pela Operação Lava-Jato. O empréstimo é considerado crucial para que a Odebrecht afaste o risco de uma recuperação judicial ou extrajudicial (caminho que era visto no mercado como o mais provável) no curto prazo. Com informações do Valor Econômico.