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BRASKEM ADMITE POSSIBILIDADE DE COMPRAR REFINARIA LANDULPHO ALVES EM MATARIPE

Redação - 11/05/2018 08:28

Maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, a companhia baiana Braskem admitiu ontem a possibilidade de integrar um consórcio de empresas para comprar, pelo menos, o bloco nordestino de refino de petróleo, proposto pelo programa de venda de ativos da Petrobras. Pelo modelo previsto, somente na região, a estatal estaria disposta a transferir para a iniciativa privada, num só lote, até 60% do conjunto de bens formado pela Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em Mataripe, além da refinaria pernambucana Abreu e Lima, cinco terminais e 15 dutos.

“Com certeza, até por conta do nosso foco comercial, não lideraríamos um consórcio nesse sentido, mas se viermos a ser convidados, por outras empresas interessadas, para integrar algum consórcio, certamente, que levaríamos a questão para análise do nosso Conselho de Administração”, afirmou o presidente da Braskem, Fernando Musa, em entrevista concedida por teleconferência. A Petrobras também é acionista da Braskem, o que a princípio, já inviabilizaria uma participação mais agressiva da petroquímica baiana no processo na aquisição dos blocos. Por outro lado, a própria Petrobras também anunciou interesse em vender sua participação na companhia.

Independentemente de uma eventual participação da companhia num consórcio, como compradora da Rlam e demais ativos previstos, Musa não escondeu a expectativa de que os planos da Petrobras de privatização do refino possam gerar melhores oportunidades para o mercado e para a empresa: “A Braskem espera novos investimentos e oportunidades de diálogo com os eventuais novos acionistas que assumirem os blocos de refino tanto do Nordeste, quanto no Sul, onde a companhia atua com a Petroquímica Triunfo” – outro ativo comprado da Petrobras, em negócio investigado no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, mas que a empresa, do grupo Odebrecht, alega total regularidade.

Pelo sim, pelo não, diante das instabilidades que ainda pairam sobre os planos da Petrobras, a Braskem está reforçando, na fábrica de Camaçari, os estudos técnicos para dobrar dos atuais 15% para 30% o percentual de uso do gás etano, oriundo do shale gás, o chamado gás de xisto, importado dos Estados Unidos. O produto substitui o uso da matéria-prima nafta, cujo único fornecedor é a Petrobras. A matéria-prima representa 75% da produção do eteno, produzido pela Braskem e que serve de base para toda a cadeia da indústria plástica.

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