Nos últimos tempos, os gastos excessivos com o cartão de crédito entraram no foco do Banco Central e de entidades de defesa do consumidor. Segundo dados da plataforma de finanças pessoais Guia Bolso, em média, 33,22% dos ganhos foram usados para quitar a conta do cartão em janeiro – número até um pouco maior que o observado seis meses antes (32,81%).
O número está bem acima do recomendado por especialistas – para Bruno Poljokan, diretor da fintech de crédito Just, o ideal seria algo em torno de 10%. Entre os principais gastos dentro da fatura do cartão estão as compras, que vão desde roupas e utensílios a jogos online, (26,93%), mercado (12,86%) e transporte (12,05%).
No ano passado, chegou-se a lançar uma campanha pelo “uso consciente” do cartão, e houve mudança nas regras do pagamento do crédito rotativo, uma forma de diminuir os juros pagos pelo consumidor. Mesmo assim, o pagamento da fatura do cartão ainda consome cerca de um terço do orçamento de quem usa o “dinheiro de plástico”.
No início de 2010, quando teve início a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), medida pela CNC, o cheque pré-datado era apontado como a principal dívida por 4% dos entrevistados. Já em março deste ano, essa modalidade foi apontada como a maior por apenas 1,2%. No caso do carnê de loja, era o principal responsável pelas dívidas para 30% dos entrevistados em 2010, tendo caído quase à metade no mês passado (16%). Já a dívida do cartão de crédito hoje é apontada como a principal por 76,4% das famílias endividadas, de acordo com a CNC.