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“DIREÇÃO DO PT DA BAHIA E GOVERNADOR NÃO APRENDEM”, DIZ LEONELLI

Redação - 26/06/2018 17:17

Após uma dura nota divulgada ontem pelo PSB, foi a vez do secretário executivo do partido elevar o tom contra a exclusão da senadora Lídice da Mata da chapa governista às eleições de 2018. Após meses de controvérsias, o deputado estadual Ângelo Coronel (PSD) foi o escolhido para compor a majoritária do governador, ao lado do ex-governador Jacques Wagner, pré-candidato ao senado. “Trata-se, mais uma vez, de uma decisão que se toma na governadoria e que a direção do PT simplesmente acata, sem nenhum processo de discussão com a sua militância e desconsiderando o cenário político atual e os imensos desafios que os partidos de esquerda e os movimentos populares possuem para derrotar o estado de exceção em que nos encontramos”, diz Leonelli, em suas redes sociais.

Leonelli faz referência a bandeiras petistas, como o desafio de libertar o ex-presidente Lula e viabilizar-lhe a candidatura a um terceiro mandato. “Mas parece que aqui na Bahia essa não é a prioridade da direção do PT e muito menos do governador”, diz Leonell.  “E afirmo isso pois as decisões que se adotam no plano das eleições, as alianças que se constroem e privilegiam, apontam para as prioridades que os dirigentes e governantes consideram que são estratégicas na conjuntura que atravessamos”, prossegue Leonelli.

Continua a nota:

Ao decidir que a vaga para o senado na chapa majoritária deve ser ocupada pelo deputado Angelo Coronel, e excluir a Senadora Lídice da Mata, a direção do PT e o governador não só escolhem como aliados prioritários um partido sem nenhum vínculo com as lutas históricas da classe trabalhadora, como reafirmam que esse partido continuará a ter um papel privilegiado no governo, ainda maior do que já possuí atualmente.

E simplesmente relegam a segundo plano tanto o PSB quanto o PCdoB, e manterá o PT como partido figurativamente eleito nas urnas, mas que na prática pouco influencia nas políticas implementadas.

Se a direção do PT e o governo do estado compreendessem que a derrota do golpe iniciado em 2015 e o estado de exceção passa necessariamente pela construção de um amplo movimento popular em defesa da democracia, da liberdade e do fim da retirada de direitos e da destruição do patrimônio público, as decisões que estão sendo tomadas visando o processo eleitoral de 2018 seriam outras, e estariam submetidas ao fortalecimento dos partidos de esquerda e das organizações populares e da classe trabalhadora.

E, portanto, Lídice da Mata teria lugar assegurado na chapa majoritária como candidata ao Senado.

E Lídice da Mata deve ser candidata por ser mulher, por ter participado ativamente da luta contra o golpe, da defesa dos nossos interesses, por ter lutado para que o PSB voltasse a se colocar ao lado dos partidos que estão nas ruas enfrentando os golpistas e seus mandantes.

E mais, se a população demonstra que quer votar em Lula em outubro, a população da Bahia também demonstra que quer votar em Lídice em outubro.

Não há argumento possível para justificar essa decisão que exclui não apenas a Lídice da Mata, mas que excluí a militância do PT, os que foram às ruas nesses últimos anos lutar contra o golpe, a população que quer votar na Lídice para o Senado, e que contraria resoluções do próprio PT, da FBP, da CUT, de que a prioridade nessa conjuntura é fortalecer o campo democrático e popular para derrotar o golpe.

Eu não sei quem é Angelo Coronel nas lutas que travamos ao longo dos anos. Mas eu sei quem é Lídice da Mata.

E é para ela que faço campanha e é quem considero companheira de luta.

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