A divulgação de pesquisa do Instituto Opnus, encomendada pela Rádio Salvador FM, está cheia de incongruências.No cenário principal, sem citar o nome de Lula, o pré-candidato do União Brasil, ACM Neto, aparece com 65% das intenções de votos, o ministro da Cidadania, João Roma , vem a seguir com 8% e o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, assume a terceira posição com 6%. Aqui surge a primeira dúvida, já que parece impossível, segundo analistas, que um candidato récem-lançado e desconhecido apareça com essa pontuação, quase igual a do Ministro da Cidadania que há um ano afirma ser candidato.
Quando se apresenta Jerônimo Rodrigues, como candidato de Lula sua pontuação sobe para 33%, enquanto ACM Neto vinculado a Ciro Gomes apresenta 41% das intenções de votos e João Roma vinculado a Jair Bolsonaro bate em14%. Analistas afirmam, no entanto, que esse tipo de pesquisa não tem muito sentido, pois na hora da eleição não haverá um pesquisador ao lado do eleitor dizendo: esse é o candidato de Lula. Ou seja, é preciso que a campanha seja capaz de colocar em Jerônimo Rodrigues, que é desconhecido na Bahia, o cartaz de candidato de Lula.
E a dificuldade de fazer Jerônimo Rodrigues conhecido é demonstrada na pesquisa espontânea, onde não se apresentam os nomes dos possíveis candidatos, e aí ACM Neto aparece em primeiro lugar, com 29% das intenções de voto, João Roma com 4%. e Jerônimo Rodrigues com 2%. Aliás, é surpreendente que Jaques Wagner, duas vezes governador da Bahia, tenha registrado nessa cenário 3% de lembrança dos eleitores e Jerônimo, sem nunca ter sido candidato a nada, já parta com 2%, outra nítida incongruência da pesquisa.
O mais absurdo, porém, é o índice de rejeição da pesquisa que coloca João Roma com 33% e Jerônimo Rodrigues com 28% de rejeição, enquanto ACM Neto possui 20%. Ou seja, é praticamente impossível que um candidato como Jerônimo Rodrigues, desconhecido da população, já apareça com 28% de rejeição. Assim, ou a rejeição foi calculada com o nome dos presidenciáveis acoplado, medindo a rejeição dos presidenciáveis, ou estamos frente a um caso único de candidato que é rejeitado antes de ser conhecido.