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DEPUTADOS BAIANOS SÃO CITADOS EM SUPOSTO ‘TRATORAÇO’ DA CODEVASF

Redação - 10/05/2021 17:25 - Atualizado 10/05/2021

Um suposto esquema montado pelo presidente Jair Bolsonaro para aumentar sua base de apoio no Congresso teria criado um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas, boa parte delas destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo.

O flagrante do manejo sem controle de dinheiro público aparece num conjunto de 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional e órgãos vinculados para indicar como eles preferiam usar os recursos.

Dois deputados estaduais baianos, Cláudio Cajado (PP) e Charles Fernandes (PSD), são apontados pelo Estadão como parte do esquema. De acordo com a reportagem, Charles Fernandes teria indicado o CNPJ de uma associação beneficente para a qual doaria uma retroescavadeira no interior da Bahia. O parlamentar apontou que o item seria comprado por R$ 300 mil, R$50 mil a mais que o preço médio do equipamento. Já Cláudio Cajado (Progressistas-BA) afirmou ter indicado R$ 12 milhões em cota autorizada pela Secretaria de Governo da Presidência da República (Segov), então comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos e negou que os recursos tenham sido liberados em troca de apoio a Bolsonaro.

Os ofícios, obtidos pela reportagem mostram o atropelo de leis orçamentárias, pois são os ministros que deveriam definir onde aplicar os recursos e a intenção de dificultar o controle do Tribunal de Contas da União (TCU) já que os acordos para direcionar o dinheiro não são públicos e a distribuição dos valores só atendeu quem apoia o governo.

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), por exemplo, determinou a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas só do Ministério do Desenvolvimento Regional, assumindo a função do ministro Rogério Marinho. Ele precisaria de 34 anos no Senado para conseguir indicar esse montante por meio da tradicional emenda parlamentar individual, que garante a cada congressista direcionar livremente R$ 8 milhões ao ano.

Ex-presidente do Senado, Alcolumbre destinou R$ 81 milhões apenas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a estatal que controla, ao lado de outros políticos.

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Foto- Câmara dos Deputados

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