Por João Paulo Almeida
Bahia Econômica – O governo Federal pretende renovar a concessão da Ferrovia Centro Atlântica com a VLI Logística. Como o senhor avalia esse processo ?
Walter Pinheiro – Essa é uma ferrovia de vital importância para o desenvolvimento econômico da Bahia nos próximos anos. Nós estamos acompanhando esse processo de renovação da concessão com a VLI Logística e o que nós querermos é nesse contrato se inclua clausulas que determinem investimentos na ferrovia. Hoje essa já é uma modalidade existente em outras concessões como no setor de energia e no setor de transportes. Então é de vital importância que na hora que essa concessão for renovada existam clausula que obriguem investimentos nela. O que não pode é ficar abandonada como está.
BE – Quais benefícios para Bahia essa concessão pode trazer para economia do estado?
WP – São inúmeros benefícios. Nós temos uma ferrovia que passa por regiões muito importantes para economia do estado como a região de Caitité e a região de juazeiro. Nós vamos ter benefícios na exportação de grãos, de pedras, de minérios além de uma serie de gargalos que hoje encarecem a produção no estado que seriam solucionados com essa ferrovia operando bem. A região de Caitité poderia exportar seus minérios pelo porto de Aratu onde a ferrovia termina. A região de Juazeiro poderia exportar sua produção também por Aratu. Hoje a Bahia exporta R$ 1 bilhão de dólares em pedras e 60% dessa produção é da Bahia que é exportada por portos fora do estado. Coma Ferrovia essa história é diferente.
BE – O porto de Aratu seria o principal canal exportador dessa ferrovia?
WP – Com certeza. A Ferrovia termina nele. Além disso, o Temadre em Madre de Deus também poderia ser utilizado, pois está muito perto. Um pulo de um pra outro e isso vai evitar, por exemplo, que produção na Bahia sejam importadas pelo porto de Paranaguá no Sul do Pais. Imagine você sair de Caminhão da Bahia para o porto de Paranaguá. A região da Chapada Diamantina também que exporta muitas pedras poderia utilizar a ferrovia e o porto de aratu. Então a ferrovia de vital importância para o desenvolvimento econômico da Bahia nos próximos anos
BE – Segundo o governo federal parte dos recursos dessa concessão será para o terceiro trecho da FIOL. Como o senhor avalia essa situação?
WP – A Ferrovia Centro Atlântica corta a FIOL na região de Brumado. Para você ter uma ideia da dimensão desse projeto. Nós teríamos a FIOL parando no Porto Sul e a FCA parando no porto de Aratu. regiões como Juazeiro, Caitité, Brumado, que são de extrema importância para economia do estado teriam seus custos de exportação reduzidos bastante. A conclusão da FIOL e da FCA vai colocar a Bahia em outro patamar em poucos anos. E ai eu incluo o porto Sul em Ilhéus e o porto de Aratu, também como projetos de desenvolvimento para o estado de vital importância.
BE – Qual a sua expectativa para conclusão da FIOL?
WP – A obra do terceiro trecho do FIOL está no cronograma do governo federal. A conclusão desse projeto é de fundamental importância para a Bahia. Tanto a FIOL quanto o porto Sul. Eu acredito que as obras da ferrovia devem começar em ritmo acelerado em breve e eu espero que a conclusão seja antes de 2022.
BE – Qual a sua expectativa para conclusão do Porto Sul?
WP – Eu conversei com o governador e ele assim como eu espera entregar o porto sul antes do final do seu mandato, mas não existe certeza disso, é uma obra complexa e tem que ser bem feita. Uma coisa eu posso lhe assegurar. O porto sul parado é prejuízo para todo mundo. Tanto para Bamin que é responsável lá quanto para o governo do estado.
BE – Sobre o Terminação de Madre de Deus o setor de mineração através dessa concessão vai poder utilizar o local?
WP – O Temadre é praticamente colado no Porto de Aratu. Com certeza pode ser utilizado pelas empresas que vão trabalhar com a Ferrovia. Eu acredito que tanto ele quanto o Porto de Aratu vão ser muito utilizados com a conclusão da FCA.