A Bahia apresenta números muito melhores do que outras estados do país no relacionado ao enfrentamento do Covid-19. Enquanto estados do Norte já atingiram 100% de uso da UTIs e outros como São Paulo e Rio se aproximam desse patamar, a Bahia tem apenas 71% dos seus leitos de UTIs ocupados nesse momento. Além disso, o estado registrava na quinta-feira 157,8 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, ocupando a 20º posição no índice de incidência, o que atesta a boa administração da crise, tanto pelo governo do Estado quanto pela prefeitura de Salvador. Mas esses indicadores, que demonstram competência na proteção à vida, não viabiliza a ampliação da flexibilização do isolamento social.
Está faltando melhor desempenho em um indicador no qual a Bahia não vai tão bem e é fundamental para que a abertura da economia baiana seja feita de forma segura e sustentável. Trata-se da testagem, sem a qual o estado vai continuar ampliando o isolamento por muitos meses, sem ter segurança quanto a hora de flexibilizar o isolamento. Até o momento, a Bahia realizou cerca de 40 mil testes na população, enquanto o Distrito Federal e o Ceará fizeram cerca de 141 mil, quase 4 vezes mais. Isso significa que o índice de testagem ainda é muito baixo no Estado e sem a ampliação desses testes, especialmente em Salvador, torna-se temerário ampliar a flexibilização do isolamento.
Sem testes em massa, não se sabe quanto da população foi infectado pelo coronavírus e estão curadas e imunes a ele. Essa proporção de pessoas já infectadas e curadas é que define o nível de imunidade de rebanho ou imunidade de grupo. Quanto mais testes, mais pessoas estarão seguras de sair às ruas e pode-se assim avançar na flexibilização rapidamente. Aliás, muitas empresas estão testando seus empregados e isso deveria se disseminar na Bahia, pois é um caminho para o controle da epidemia.
Governo do Estado e Prefeitura de Salvador precisam ampliar a testagem, afinal investir recursos na ampliação da rede de UTIs é imprescindível, mas não dá a porta de saída para a abertura da economia. A porta de saída são os testes, ou seja, em Salvador e na Bahia, é hora de testar, testar e testar.
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