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ARMANDO AVENA: A PRIVATIZAÇÃO DA MAIOR EMPRESA DA BAHIA VAI DINAMIZAR A ECONOMIA

Redação - 15/09/2019 20:57 - Atualizado 03/10/2019

Após 70 anos de controle estatal, a unidade da Petrobras na Bahia vai ser privatizada. É a maior empresa da Bahia e  vai vender tudo, incluindo aí 100% da participação nos seguintes ativos: refinaria de petróleo, quatro terminais de armazenamento, um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais e os poços de petróleo. A privatização vai resultar inevitavelmente em redução de custos, que já vem ocorrendo e prevê a desativação e prédios, como a famigerada Torre Pituba e o remanejamento de funcionários. Mas, sob o ponto de vista da economia baiana, a privatização significará investimentos e mais competitividade para o setor de petróleo na Bahia.

Se não for privatizada a RLAM – Refinaria Landulpho Alves, que é um dos pilares da nossa economia e já representou 30% do Valor de Transformação Industrial do Estado e 25% da arrecadação do ICMS, vai perder competitividade e tornar-se mais obsoleta a cada dia. A produção  da RLAM,  que já representou 29,5% do Valor de Transformação Industrial da Bahia em 2015, caiu para menos de 15% e vem se reduzindo a cada ano. E a razão é simples: a RLAM produz a um custo muito mais alto que as empresas do mercado, tem nível elevado de obsolescência e precisa se modernizar para competir. Felizmente, existem empresas nacionais e estrangeiras interessadas em comprar a refinaria e também existem empresas interessadas em adquirir os poços de petróleo situados na Bahia.

A primeira rodada de ofertas para a compra da RLAM e de outras refinarias vai ocorrer no dia 11 de outubro e 20 empresas assinaram termos de confidencialidade que garantem o acesso aos dados das refinarias. Entre os potenciais interessados estão as tradings Vitol, Glencore e Trafigura e as brasileiras Ultrapar Participações e Raízen, uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Shell.  E outros gigantes vão tentar comprar as refinarias, entre outros, a PetroChina Co e Sinopec, que já tem uma joint venture no Brasil com a espanhola Repsol,  e a Saudi Aramco. Todas essas empresas tem condições de arrematar a RLAM  por cerca de R$ 3 bilhões, que é o preço estimado. Ninguém compra uma refinaria por esse preço para mantê-la fechada e o que vem por aí são investimentos de porte para modernizar a unidade da Petrobras na Bahia.

Mas não é apenas a privatização da RLAM que acena com novos investimentos na Bahia, pois também será privatizado o 2º maior terminal portuário do país, o Terminal de Madre de Deus, que é maior que o Porto de Suape em Pernambuco, com capacidade de movimentação de mais de 20 milhões de toneladas por ano e que será  uma nova alternativa portuária para a Bahia. Além disso a Petrobras vai arrendar a Fafen – as fábricas de fertilizantes  e trêm empresas já estão pré-qualificadas: a Proquigel, a Acron e a Formitex. E quanto aos campos maduros de petróleo da Petrobras várias empresas nacionais de petróleo e gás no Nordeste já estão se mobilizando para compra-los  e vão investir e aumentar a produção local de petróleo, aumentando inclusive a arrecadação de royalties para os municípios.

Em resumo: a desmobilização do edifício sede da Petrobrás na Bahia, a famigerada Torre Pituba de triste memória, é apenas um elo de uma corrente maior que vai implicar também em redução de empregos – e deve-se estabelecer negociações entre trabalhadores e empresas no âmbito da privatização – mas que vai representar a retomada do crescimento no setor de petróleo e trazer mais dinamismo para a economia baiana.

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