Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), embora o Brasil não tenha uma linha oficial de pobreza, considerando-se o critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média, de US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC), o que equivalia, em 2017, a cerca de R$ 406 mensais, na Bahia, 4 em cada 10 pessoas (44,8% da população, ou cerca de 6,9 milhões de pessoas) viviam abaixo da linha de pobreza no ano passado.
O valor de US$ 5,50 PPC foi adotado pelo Brasil para monitoramento da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. A erradicação da pobreza é um dos temas centrais desse compromisso internacional e está expressa nas metas do 1º dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (saiba mais em http://www.agenda2030.com.br/).
O percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza na Bahia (44,8%), em 2017, ficava bem acima da média nacional (26,5% ou cerca de 55 milhões de pessoas). Era igual ao do Nordeste, onde estava a maior parte dos pobres do país (cerca de 25 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza), e o 8º maior entre os estados.
Maranhão (54,1%), Alagoas (48,9%) e Amazonas (47,9%) tinham os maiores percentuais de pessoas abaixo da linha de pobreza, enquanto Santa Catarina (8,5%), Rio Grande do Sul (13,5%) e Distrito Federal (13,9%) tinham os menores. Em Salvador, a proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza era quase a metade da encontrada no estado como um todo: 2 em cada 10 habitantes (24,2% da população do município, o equivalente a 715 mil pessoas).
Era uma proporção um pouco menor que a média nacional e a 13ª mais alta entre as capitais. Macapá/AP (41,3%), Manaus/AM (35,6%) e Rio Branco/AC (33,9%) tinham os maiores percentuais de população abaixo da linha de pobreza, enquanto Florianópolis/SC (5,1%), Goiânia/GO (8,5%), Vitória/ES (8,9%) e Curitiba (9,0%) tinham os menores – todos abaixo de 10,0%.
Em relação a 2016, o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza cresceu tanto no país como um todo (de 25,7% para 26,5%), quanto na Bahia (de 42,8% para 44,8%) e em Salvador (de 22,9% para 24,2%). Também aumentou, entre 2016 e 2017, o hiato da pobreza, ou seja, a distância (em %) entre o rendimento médio das pessoas abaixo da linha de pobreza e o valor limite dessa linha (R$ 406 mensais em 2017).
Em 2017, no Brasil, as pessoas abaixo da linha de pobreza tinham rendimento em média 12,1% menor que o valor limite, frente a uma distância de 11,5% em 2016. Na Bahia, o hiato de pobreza aumentou de 20,2% em 2016 para 22,5% em 2017; já em Salvador, a distância cresceu de 9,5% para 11,5%, de um ano para o outro.