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DEZEMBRO LARANJA ALERTA PARA AVANÇO DO CÂNCER DE PELE

João Paulo - 10/12/2025 15:00 - Atualizado 10/12/2025

O verão baiano se aproxima com uma lembrança urgente: o câncer de pele continua sendo o tipo mais frequente no Brasil e representa cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Ministério da Saúde. Em pleno Dezembro Laranja, especialistas reforçam que a combinação de radiação solar intensa, hábitos inadequados de exposição ao sol e baixa adesão ao protetor ainda impulsionam o crescimento da doença, que atinge mais de 220 mil brasileiros a cada ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Na capital baiana, dermatologistas observam aumento tanto dos carcinomas basocelular e espinocelular, formas mais comuns e geralmente menos agressivas, quanto do melanoma, tipo mais grave e potencialmente letal. Para a dermatologista Marilu Tiúba, do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), reconhecer cedo as alterações na pele é fundamental.“Manchas que mudam de cor ou tamanho, feridas que não cicatrizam e pintas irregulares precisam ser avaliadas rapidamente. O tempo é um fator decisivo para obter altas taxas de cura”, explicou a especialista.

Fatores de risco – A predominância de dias ensolarados na Bahia e a cultura das atividades ao ar livre elevam a exposição acumulada aos raios ultravioleta, principal fator associado ao surgimento de tumores cutâneos. Pessoas de pele clara, histórico familiar da doença, imunossuprimidos e indivíduos com muitas pintas merecem atenção redobrada.

Peles negras, apesar da proteção natural por possuir mais melanina, também não dispensam o uso de protetor solar. Elas recebem radiação UVB e UVA da mesma forma que peles de fototipos mais claros, e o câncer de pele também acontece nesse perfil de pacientes. “É um erro achar que a pele negra é imune ao câncer. A doença pode surgir e, muitas vezes, é diagnosticada tardiamente”, reforça Marilu.

Evolução dos tratamentos – Além das medidas de proteção, os tratamentos avançaram e hoje combinam abordagens dermatológicas, cirúrgicas e oncológicas. No HMDS, a escolha terapêutica varia conforme o tipo e o estágio da lesão.“Trabalhamos com terapias individualizadas, que podem incluir crioterapia, cirurgia micrográfica ou tratamentos sistêmicos, dependendo da necessidade do paciente”, explica Marilu.

A especialista também destaca a integração entre diferentes áreas. “A colaboração entre dermatologia, oncologia e cirurgia tem sido essencial para melhorar resultados e reduzir sequelas. Esse cuidado multidisciplinar faz toda a diferença no prognóstico”, afirma.

Prevenção ainda é o melhor caminho – Protetor solar diário, reaplicação ao longo do dia, roupas com fator de proteção e evitar o sol entre 10h e 16h continuam sendo medidas essenciais. O autoexame regular é recomendado e qualquer alteração deve motivar consulta com especialista. A SBD estima que até 90% dos casos de câncer de pele poderiam ser evitados com fotoproteção adequada.

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