sexta, 28 de novembro de 2025
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COMO USAR O DÉCIMO TERCEIRO SEM CAIR NAS ARMADILHAS DAS COMPRAS DO FIM DE ANO

VICTOR OLIVEIRA - 28/11/2025 18:05

O pagamento do décimo terceiro costuma chegar no mesmo momento em que o comércio dispara suas maiores campanhas de consumo. Para este ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a Black Friday deve movimentar R$ 5,4 bilhões, o maior volume já registrado desde o início da série histórica, em 2010. Em meio ao aumento das ofertas, especialistas lembram que o benefício pode ser um aliado do planejamento financeiro, desde que usado com estratégia.

Para evitar tropeços, Areza Gomes, economista e professora de Administração da UNINASSAU Salvador, recomenda a “divisão sagrada” do décimo terceiro. Para ela, tudo começa pela organização das dívidas mais urgentes. “A primeira coisa que a gente tem que pensar é fazer as pazes com o dinheiro. Com o 13º na conta, você precisa fazer uma divisão sagrada do seu dinheiro: primeiro para quitar as dívidas, principalmente do cartão de crédito, porque isso vai dar um alívio imediato”.

O passo seguinte, segundo Areza, é estruturar uma reserva de emergência e considerar as despesas previsíveis do início de ano: IPTU, matrículas escolares, seguros, material escolar e outras contas que voltam sempre ao calendário. Só depois disso, o consumidor deve pensar em compras de Black Friday. “Comprar apenas o que é realmente necessário, fazer pesquisa antes, priorizar pagamento à vista, fugir do parcelamento, mesmo sem juros, porque você está comprometendo sua renda futura no final das contas”, explica.

Quem deseja atravessar janeiro e fevereiro com tranquilidade deve reservar uma fatia mais robusta do benefício. “Esses são os meses em que a despesa crítica aparece: material escolar, impostos, reajustes de custos. Então, essa reserva ajuda a passar por esse período com mais tranquilidade”, diz Areza, que sugere guardar entre 40% e 60% do décimo terceiro para esse objetivo.

A economista também recomenda usar parte do valor como proteção para imprevistos. A ideia é manter uma reserva específica para emergências e realizar manutenções preventivas que evitam gastos maiores adiante. “É importante ter um dinheiro separado para eventualidades, como revisão do carro, reparos em casa, compra de materiais básicos”, afirma.

Para quem começa dezembro já endividado, a orientação de Areza é apostar em um “alívio controlado”. Isso significa priorizar o pagamento das dívidas mais caras, como cartão, cheque especial e empréstimos, usando entre 80% e 90% do 13º. A pequena fatia restante, de 10% a 20%, pode ser destinada a pequena recompensa, desde que não comprometa a estabilidade financeira.

Foto: Freepik

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