

A feira de inovação agropecuária da Bahia e-Agro tem como missão aproximar os produtores do campo dos geradores de inovação e tecnologia. Neste sentido, a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) participa novamente do evento para divulgar o setor florestal e seus projetos que vêm trabalhando importantes tópicos para a diversificação e sustentabilidade da atividade agropecuária. Realizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) e o Sebrae-BA, a e-Agro 2025 acontece no Centro de Convenções de Salvador, de 27 a 29/11.
Este ano, o setor florestal representado pela ABAF estará em destaque, na entrada principal da feira. “Vamos divulgar as vantagens econômicas, sociais e ambientais do setor florestal; e seus principais projetos, por meio do lançamento do relatório setorial Bahia Florestal 2025. Com isso, a ABAF reforça a importância do setor brasileiro de árvores cultivadas para fins industriais e para restauração dos 80 milhões de hectares de áreas degradadas no Brasil, sendo 10% apenas na Bahia. O setor se transformou em uma potência socioeconômica que une produtividade, conservação ambiental e inovação tecnológica”, avalia o diretor-executivo da ABAF, Wilson Andrade que levou essas informações à COP30.
“A Bahia ainda não produz (e processa) a madeira plantada suficiente para atender a demanda do estado e muito disso se dá pela falta de conhecimento da rentabilidade e sustentabilidade do setor. Este setor pode ser mais abrangente e inclusivo, pois tem uma grande diversidade de uso. A ideia é produzir na Bahia toda a madeira que precisamos, visando o atendimento da demanda também para outros segmentos importantes, como o de móveis, construção civil e geração de energia. Com isso geramos ainda mais emprego e renda, e ainda tendo condições de cobrir a demanda do mercado internacional”, acrescenta Andrade.
Dados setoriais – A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Por isso, a ABAF fomenta a pesquisa, investe na coleta e tabulação de dados, a exemplo do relatório Bahia Florestal – lançado a cada dois anos (e disponível no site: abaf.org.br).
No Brasil são 10,2 milhões de hectares produtivos, nos quais são plantadas, colhidas e replantadas árvores para entregar biossoluções à sociedade. Das árvores tudo se aproveita: tronco, casca, galhos, tocos, além de darem origem a outros produtos não madeireiros, como essências, resinas, mel etc. Trata-se um setor que gera mais de 5 mil bioprodutos que substituem aqueles de origem fóssil, evitando emissões de gases causadores do efeito estufa e oferecendo uma cadeia investida na circularidade.
As empresas de base florestal são uma fonte propulsora da economia e também trazem vantagens sociais e ambientais. Paralelamente às áreas de plantio no Brasil, o setor ainda conserva outros 7,01 milhões de hectares de vegetação nativa — uma área superior ao território da Bélgica e da Suíça juntos. O setor de árvores cultivadas para fins industriais representa 1% do PIB brasileiro.
Na Bahia, a potência do setor também é significativa. São 700 mil hectares de área plantada de eucalipto e 400 mil hectares de área nativa preservada. Em 2024 o setor foi responsável por 4% da arrecadação total do estado (R$ 5,5 bilhões) e 6% do PIB da Bahia (R$ 24,7 bilhões). Além disso, somente na Bahia, o setor gera 230 mil empregos diretos e indiretos.
Andrade faz questão de ressaltar, também, a contribuição que o setor gera para o meio ambiente. “Na Bahia são plantadas, diariamente, 280 mil árvores. No Brasil esse plantio é de 1,8 milhão de árvores por dia. Além disso, os plantios florestais são feitos em áreas já antropizadas, com zero desmatamento”, afirma.
O setor adota práticas de manejo sustentáveis, incluindo a técnica de mosaico florestal que consiste em intercalar as áreas produtivas com áreas de conservação em nível de paisagem, criando corredores ecológicos. Os mosaicos florestais auxiliam na manutenção do solo, na regulação do fluxo hídrico e na preservação da biodiversidade.
Segundo dados da ABAF o resultado desse plantio (e das áreas de preservação) é um estoque de carbono de 4,9 bilhões de toneladas, no Brasil. “Plantar árvores é uma das opções mais amigáveis para o meio ambiente e a biodiversidade, além de ser uma fonte propulsora da economia. Sequestram e estocam gás carbônico, cujas altas concentrações são a principal responsável por empurrar o planeta para o aquecimento global. O carbono segue estocado na madeira ou fibra dos bioprodutos florestais em relevantes porcentagens”, garante.
Lançada em 2019, a e-Agro reúne produtores rurais, trabalhadores rurais, dirigentes sindicais, empresários, empreendedores, profissionais e estudantes das Ciências Agrárias, pesquisadores, técnicos de instituições de ensino e pesquisa e empresas que atuam no setor. A ABAF participou de todas as edições: Vitória da Conquista (2019); Edição Digital (2020); Teixeira de Freitas (2021) e Salvador (2022, 2023 e 2024).



