

Em nota emitida na noite desta terça-feira, 18, o Banco Regional de Brasília (BRB) esclareceu que não é alvo de bloqueio de bens no âmbito da Operação Compliance Zero, que resultou na prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro.
O BRB estava em processo de compra de parte do Banco Master, operação que foi rejeitada pelo Banco Central (BC). Ontem, o dono do Master, Daniel Vorcaro, informou que um outro negócio seria feito para salvar a instituição, com o Grupo Ficto e investidores árabes.
BC citou ainda “violações graves” às normas do Sistema Financeiro Nacional, e confirmou que o Banco Master de Investimento também foi alvo da medida. “O Banco ressalta que não há qualquer bloqueio de bens ou valores da instituição, sendo as medidas aplicadas exclusivamente a pessoas físicas investigadas e a outras instituições mencionadas nos autos”, afirmou.
Mais cedo, foram divulgadas informações de que a Justiça Federal teria determinado o bloqueio de R$ 12,2 bilhões pertencentes ao Banco de Brasília. No entanto, decisão da 10ª Vara Federal de Brasília corrigiu o despacho anterior para excluir o BRB das medidas de constrição patrimonial. Diz o texto da decisão:
“Retifico a decisão (…) para excluir o Banco Regional de Brasília (…) das medidas de constrição patrimonial referentes ao bloqueio do montante total de R$ 12,2 bilhões de suas contas, uma vez que a eventual responsabilidade de seus dirigentes (pessoas físicas) não se confunde com a da pessoa jurídica, a qual figura como instituição financeira.”
“O BRB reforça seu compromisso com a transparência, a legalidade e o cumprimento rigoroso das normas que regem o sistema financeiro nacional”, encerrou a nota.
A Polícia Federal (PF) apura suspeitas de crimes na operação de venda do banco Master para o BRB. De acordo com investigadores, o Master criou carteiras de crédito falsas e as vendeu para o banco público, sem garantias para o negócio.
Na noite de segunda-feira, 17, o dono do Master, Daniel Vorcaro, informou que um outro negócio seria feito para salvar a instituição, com o Grupo Ficto e investidores árabes. Vorcaro foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, quando tentava embarcar em um avião particular com destino ao exterior. Na audiência de custódia realizada nesta terça, a defesa de Vorcaro pediu ao juiz federal Ricardo Leite que o empresário seja mantido na carceragem da PF em São Paulo, local para onde foi levado após a prisão no aeroporto.
A intenção da defesa é evitar uma transferência para uma penitenciária e tentar apresentar um pedido de habeas corpus nos próximos dias para conseguir a liberdade do banqueiro. O juiz pediu uma manifestação da PF antes de proferir sua decisão. Nas audiências de custódia, Ricardo Leite manteve a prisão de Vorcaro e dos outros presos.
REUTERS/Adriano Machado
(Estadão Conteúdo)