

Em um momento de grande significado, na véspera do dia da Consciência Negra, o Afoxé Filhas de Gandhy lançará em Salvador o seu primeiro documentário, fruto do projeto Sons da Independência. A exibição exclusiva para convidados ocorrerá no dia 19 de novembro, no Museu Eugênio Teixeira Leal.
Com trinta minutos de duração, a produção reúne imagens de arquivo raras e depoimentos emocionantes colhidos em quatro meses de pesquisas e gravações, com as fundadoras, lideranças atuais e jovens integrantes, iluminando a trajetória pioneira do bloco feminino fundado em 1979. A produção audiovisual é assinada pela João de Barro Filmes.
O filme detalha os imensos desafios enfrentados pelas Filhas de Gandhy contra o preconceito estrutural, destacando como a firmeza nas suas crenças e no feminino sustentaram o bloco, mantendo-as, por quase 50 anos, no cenário cultural do Carnaval.
Silvana Magda, uma das gestoras das Filhas de Gandhy, enfatiza a missão do documentário: “O principal motor deste projeto foi o profundo senso de justiça histórica e admiração. Ver a força, a fé e a resiliência dessas mulheres que, em 1979, ousaram ser as primeiras a desfilar como um bloco feminino em meio a um espaço dominado por homens é algo que precisava ser registrado. O legado que esperamos preservar é o do empoderamento feminino através da cultura e da fé.”
Silvana também enfatiza a conexão com a Consciência Negra: “Lançar este documentário no dia da Consciência Negra é estremamente simbólico e reforça a mensagem central do bloco: identidade, resistência e beleza negra. As Filhas de Gandhy são como um símbolo vivo do matriarcado negro e da ancestralidade que exige visibilidade e respeito no cenário cultural brasileiro”. Após a estreia, as Filhas de Gandhy buscarão parcerias para levar o documentário a escolas e comunidades, além de iniciar a digitalização e catalogação do valioso acervo histórico do bloco.
O projeto Sons da Independência foi contemplado nos
Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.



