domingo, 16 de novembro de 2025
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FIIS DEIXAM FUNDOS DI PARA TRÁS EM 2025

João Paulo - 13/11/2025 09:03

Numa vitrine de investimentos cada vez mais lotada, os Fundos DI seguem como o porto seguro da previsibilidade. Mas os fundos imobiliários, que ficaram atrás dos produtos atrelados ao CDI nos últimos três anos, viraram o jogo em 2025. Em média, os FIIs entregaram retorno de 20,96% de 2021 até 2024, contra 40,63% dos fundos altamente correlacionados ao CDI, segundo dados da Economatica. O calculo da média engloba fundos com correlação acima de 0,8 com o CDI.

Em 2025, porém, o jogo virou. No acumulado do ano até novembro, os FIIs avançam, em média, 14,73%, superando os 11,46% dos fundos DI. Os fundos DI são aplicações de renda fixa que investem em títulos públicos ou privados atrelados ao CDI, oferecendo liquidez e rentabilidade previsível — por isso, costumam ser usados como “porto seguro” do investidor. Já os fundos imobiliários, especialmente os de papel, também podem ter parte da carteira indexada ao CDI, por meio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Por sua vez, em 2025, alguns fundos imobiliários já acumulam altas expressivas, com retornos de até 42,85% no ano. O destaque fica para o HCTR11, que lidera o ranking após um período de forte desvalorização em 2024. O fundo é focado em operações de crédito high yield.

Para Sylvio Martins, analista de produtos alternativos da Arton Advisors, o desempenho mais forte dos FIIs é consequência direta do desconto expressivo visto na virada do ano. “Havia uma assimetria muito clara. Os FIIs negociavam em níveis muito descontados, oferecendo yields acima de 15% ao ano, isentos de IR. Para quem estava atento, foi um ponto de entrada extremamente favorável”, explica.

Segundo Martins, o fechamento das curvas de juros futuros também favoreceu o movimento. Com a melhora das expectativas para a Selic em 2026, os títulos já existentes — principalmente os CRIs com boas garantias — se tornaram mais valiosos, impulsionando tanto os rendimentos quanto a valorização das cotas. “O investidor foi remunerado duas vezes: pelo dividendo e pela reprecificação dos ativos”, afirma.

A Arton reforça, porém, que o risco é diferente do observado nos fundos DI. Enquanto os produtos de liquidez diária capturam o CDI cheio com baixa volatilidade, os FIIs de papel, por exemplo, oferecem renda mensal isenta, mas oscilam na Bolsa.(Infomoney)

(Imagem: Canva/ Getty Images)

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