quarta, 12 de novembro de 2025
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CHINA ACUSA EUA DE ORQUESTRAR ROUBO DE US$ 13 BILHÕES EM BITCOIN

João Paulo - 12/11/2025 08:00 - Atualizado 12/11/2025

A agência de cibersegurança da China acusou o governo dos Estados Unidos de ter orquestrado um roubo de cerca de US$ 13 bilhões em Bitcoin, na mais recente tentativa de Pequim de atribuir ataques cibernéticos de grande escala a Washington.

O roubo de 127.272 Bitcoins do pool de mineração LuBian, ocorrido em dezembro de 2020, é um dos maiores da história das criptomoedas. Segundo o Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus de Computador da China, o ataque foi provavelmente uma “operação hacker em nível estatal” liderada pelos EUA. O órgão afirmou que o movimento discreto e tardio dos Bitcoins roubados sugere uma ação governamental, e não o comportamento típico de criminosos comuns.

Criptomoeda sofre pressão em meio a preocupações sobre restrições chinesas a militares dos EUA e expectativa de fim da paralisação do governo americano, enquanto setor de tecnologia também enfrenta queda

O relatório, publicado na semana passada, associa os Bitcoins furtados da LuBian — que já foi uma das maiores operações de mineração de Bitcoin do mundo — a tokens confiscados pelo governo americano. Os EUA alegam que esses ativos estão ligados a Chen Zhi, presidente do conglomerado cambojano Prince Group, acusado em outubro de conspiração de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.

Na denúncia apresentada em 8 de outubro em Nova York, os EUA afirmaram que Chen e co-conspiradores lavaram recursos ilícitos para financiar operações de mineração em larga escala, incluindo a própria LuBian. O documento aponta que carteiras associadas à LuBian “receberam grandes quantias de criptomoedas de fontes não relacionadas à mineração”.

Promotores federais do caso Chen não comentaram como ou quando obtiveram controle dos Bitcoins. O Departamento de Justiça dos EUA apresentou uma ação civil de confisco relacionada, apreendendo os 127.271 Bitcoins — a maior ação desse tipo já conduzida pelo governo americano. “O governo dos EUA pode ter usado técnicas de hacking já em 2020 para roubar os 127 mil Bitcoins mantidos por Chen Zhi”, afirma o relatório. “Trata-se de uma clássica operação de ‘bandido contra bandido’ orquestrada por uma organização hacker estatal.”

O governo chinês tem intensificado as acusações de que Washington conduz campanhas de espionagem cibernética. No início do ano, Pequim afirmou que os EUA exploraram uma falha nos servidores do Microsoft Exchange para atacar empresas chinesas. No mês passado, disse ter “provas irrefutáveis” de um ataque americano contra o Centro Nacional de Serviço de Tempo da China. As denúncias chinesas costumam ser amplas e carecem dos detalhes forenses frequentemente apresentados por Washington ao acusar adversários estrangeiros.

Na segunda-feira, um advogado de Chen enviou carta a um tribunal americano pedindo mais tempo para rastrear os Bitcoins roubados da LuBian. No documento, o advogado Matthew L. Schwartz classificou as acusações do governo contra Chen como “seriamente equivocadas”. Chen não está sob custódia dos EUA, informaram os promotores quando a acusação foi tornada pública no mês passado.

“Como explicamos em nossa petição ao tribunal, estamos trabalhando com especialistas em criptomoedas para rastrear os Bitcoins que o governo apreendeu há mais de um ano e que foram roubados em 2020”, disse Schwartz, sócio do escritório Boies Schiller Flexner e advogado de Chen e do Prince Group, em nota à Bloomberg. Representantes do Departamento de Justiça dos EUA e da embaixada chinesa em Washington não responderam aos pedidos de comentário. (Infomoney)

 

(Foto: Bloomberg)

 

 

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