quarta, 12 de novembro de 2025
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QUAEST: 81% DISCORDAM DE LULA AO DIZER QUE TRAFICANTES SÃO “VÍTIMAS DOS USUÁRIOS”

João Paulo - 12/11/2025 09:20 - Atualizado 12/11/2025

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificando traficantes como “vítimas dos usuários” teve forte rejeição entre os brasileiros, segundo a nova pesquisa Genial/Quaest. O levantamento mostra que 81% discordam da declaração, incluindo 66% dos eleitores lulistas e 78% dos simpatizantes da esquerda não-lulista. Apenas 15% concordam com a afirmação. Para 51% dos entrevistados, a fala refletiu uma opinião sincera do presidente; 39% consideram que foi um mal-entendido.

Após a fala, Lula chegou a se retratar, afirmando que havia dito “uma frase mal colocada” e que seu posicionamento era “muito claro contra os traficantes e o crime organizado”. A pesquisa, no entanto, reforça a distância entre o discurso de Lula e a percepção da maioria sobre o combate à criminalidade, tema que ganhou força nas últimas semanas após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.

A violência tornou-se a principal preocupação dos brasileiros, citada por 38% dos entrevistados. Em outubro, eram 30%. A economia aparece em segundo lugar, com 15%. A operação no Rio é aprovada por 67%, e o mesmo percentual afirma que não houve exagero na atuação das forças de segurança.

A pesquisa indica ampla disposição da população em apoiar medidas mais duras. Para 73%, organizações criminosas deveriam ser classificadas como terroristas. O aumento das penas para homicídios cometidos a mando de facções tem apoio de 88%, enquanto 65% são favoráveis à extinção da visita íntima para membros dessas organizações.

A chamada PEC da Segurança, que amplia a atuação federal no combate ao crime organizado, é aprovada por 60%. Já a flexibilização do acesso a armas de fogo é rejeitada por 70%, e 50% discordam da alternativa defendida por parte da direita de pedir ajuda aos EUA para o combate ao tráfico no Rio.

Ao apontar as principais soluções para reduzir a violência, 46% mencionam leis mais rígidas, penas maiores e atuação mais firme da Justiça, posição majoritária entre eleitores de direita e também expressiva entre lulistas (39%). Em seguida, aparecem educação e oportunidades sociais, com 27%.

A avaliação do governo federal na área de segurança é considerada regular por 36%, negativa por 34% e positiva por 26%. Os governos estaduais têm desempenho melhor, somando 70% de avaliações positivas ou regulares. Mesma sondagem apontou que, após a operação no Rio, a aprovação de Lula interrompeu a sequência de altas que vinha desde julho, e caiu de 48% para 47%. O levantamento Genial/Quaest foi realizado entre 6 e 9 de novembro, com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

 

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