Às vésperas do festival Afropunk Brasil, estudantes das Escolas Criativas Boca de Brasa participaram nesta terça-feira (4) de uma visita técnica ao Parque de Exposições, na Avenida Paralela, para conferir de perto a finalização da montagem de palco e um pouco da engrenagem desse que é considerado o maior festival de cultura negra do mundo. Alunos de diferentes polos e de produções artísticas e culturais diversas tiveram a oportunidade única de visualizar os detalhes da estrutura e de bater um papo com uma das pessoas responsáveis pela produção do festival, que acontece neste fim de semana.
“Eu participei do Afropunk ano passado e me identifiquei muito, então era um desejo pessoal conhecer mais sobre o evento. Ter a possibilidade de participar dessa experiência que o Boca de Brasa está proporcionando me deixou muito empolgada. Estou maravilhada em poder conhecer antecipadamente como as pessoas fazem esse festival internacional acontecer”, afirmou Suélen Passos, 29 anos, aluna de ritmos percussivos do Polo Criativo Liberdade/São Caetano.
Aluno de dança no Polo Criativo Valéria, Felipe Menezes, 19 anos, ficou deslumbrado com a visita. “Eu gosto muito da área de eventos, então para mim é uma experiência fantástica poder sair da sala de aula e ter contato com quem faz esse evento grandioso acontecer. Cada fala e detalhe é um aprendizado que vou levar para a minha vida”, disse.
Com o auxílio de uma intérprete de Libras, Jamile Siméia, 37 anos, aluna do curso de fotografia e audiovisual do Polo Criativo Liberdade/São Caetano, conheceu detalhes importantes sobre a produção da festa, sua origem, o número aproximado de pessoas envolvidas na produção do evento e as oportunidades de atuação profissional no festival. “Estou gostando muito da visita e também do curso que estou fazendo. Sou formada em design de interiores, então acredito que vai agregar muito à minha área. Penso em atuar também com filmagem de eventos”, contou.
Esta é a segunda visita técnica a um evento cultural promovida recentemente pelo programa Boca de Brasa. A primeira foi ao Open Air Brasil, no Centro de Convenções Salvador, no mês passado. Na ocasião, os jovens alunos e monitores tiveram a oportunidade não apenas de assistir ao filme, mas também de conhecer os bastidores e conhecer um pouco mais da produção do evento.
“O objetivo é proporcionar esse contato deles com a prática da produção cultural e da arte de um modo geral. Eles são estudantes de canto, figurino, sonorização, dança, e tem módulos sobre produção. Então a ideia é que eles vivenciem e conheçam produções de referência de grandes eventos que acontecem na nossa cidade. Então, trouxemos eles para que possam ver como é na prática a atuação de um produtor, de um artista”, explicou Nathalia Leal, gerente das Escolas Criativas do Boca de Brasa e dos Pontos de Cultura.
Programa – O Programa Boca de Brasa é uma iniciativa da Fundação Gregório de Mattos (FGM), autarquia vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec), a Associação Conexões Criativas e o Iceafro.
O edital Polos Criativos Boca de Brasa foi criado para apoiar iniciativas culturais nos territórios de Salvador, promovendo a formação e aceleração de projetos artísticos que valorizam a cultura local. Além do apoio financeiro, os contemplados recebem capacitação e mentorias que visam profissionalizar suas carreiras, proporcionando oportunidades de desenvolvimento para artistas e produtores culturais das periferias.
As aulas do Ciclo 2025 do programa tiveram início em setembro. Este ano, foram selecionados 600 participantes, entre os mais de 1,4 mil inscritos, para os seis polos do programa. Durante cinco meses de formação, os alunos terão acesso gratuito a 78 horas de aulas em áreas como dança, teatro, música, audiovisual e produção cultural.
Foto: Bruno Concha / Secom PMS
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