Fora dos gramados há 16 anos, o ex-meio-campista do Atlético Mineiro, Wellington Dantas, 43 anos, pendurou as chuteiras aos 27, no auge da sua carreira, em decorrência de uma lesão, e atendeu a um outro chamado: o talento para a música. Natural de Itabuna, no sul da Bahia, o então jogador iniciou sua carreira profissional em 2001 no Galo, um dos times mais tradicionais do Brasil, e acumulou passagens por equipes da Europa, Ásia e Oriente Médio, antes de culminar no fim da sua breve jornada no futebol, que foi ressignificada em um novo começo: o estrelato nos palcos de Paris como Tom da Bahia.
Atualmente considerado um dos maiores propagadores da cultura baiana na Europa, a música e o futebol sempre andaram lado a lado na trajetória de Tom. Ainda criança, foi influenciado pelo seu pai, que foi Mestre-Sala em uma escola de samba em sua cidade natal enquanto dividia atenção com a bola. Aos 17 anos se profissionalizou como jogador na base do CAM e chegou a conquistar os gramados internacionais, defendendo clubes como Aalborg (Dinamarca), Al Saylia (Catar), Al Kalba (Emirados Árabes Unidos, Red Star e Sannois (França). Porém, uma fatídica lesão no joelho o fez abandonar os palcos e se dedicar inteiramente à arte de cantar, fixando residência em Paris, onde vive há 22 anos. Fora dos holofotes do futebol, Tom decidiu empreender em um restaurante na Cidade da Luz, onde a música voltou a cruzar com o seu destino.
“Certo dia, um músico se apresentava no meu antigo restaurante, em Paris, e esqueceu o seu violão após o show, e ele ficou por lá durante todo o fim de semana. Então resolvi tentar tocar: coloquei ele contra meu peito e dei uma arranhada, porque eu não sabia fazer nada com ele naquele momento. Eu vi que aquele som me agradou, então comprei um violão pra mim pra aprender a fazer alguns acordes. Seis meses depois percebi que o violão seria, na verdade, o instrumento da minha nova profissão depois dos 30 anos até o final da vida”, relembrou Tom.
No momento mais dramático de sua vida, o baiano voltou às suas raízes e passou a fazer diversos shows em bares, restaurantes e pequenos eventos em Paris, mesclando o português e o francês em ritmos genuinamente baianos e africanos, como o Axé, Afoxé, Samba de Roda e Ijexá. Até que em 2018, fez sua estreia oficial como cantor com o EP ‘Xa Lá Lá’, quando ainda assinava Ton Dantas. O trabalho ultrapassou um milhão de reproduções nas plataformas digitais. Nesse período, o cantor se apresentou ao lado do conterrâneo, Pablo, e abriu shows para artistas nacionais como Maria Rita, Fábio Júnior e Leonardo. Durante a pandemia lançou o seu primeiro DVD ‘Tom Dantas da Bahia Ao Vivo In Paris’, com músicas autorais e releituras.
Em 2023 o artista se lançou como produtor cultural e fundou a Associação Odoyá France, que promoveu a 1ª Festa de Yemanjá, na capital francesa. O festejo ganhou uma segunda edição no ano seguinte e com a associação, assinou outros importantes projetos, como o Ano do Brasil na França, em Montrouge, em setembro de 2025.
Em plena ascensão, o cantor passou a participar de grandes eventos, como o show comemorativo das Olimpíadas de Paris de 2024, sendo o único artista brasileiro, apresentação especial na sede das Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), show na Associação Gol de Letra, na França, do também ex-jogador e filantropo Raí, e show em Roland Garros, um dos maiores torneios de tênis do mundo.
Prestes a completar 8 anos de carreira e com dezenas de sucessos lançados nas plataformas, Tom da Bahia retorna para o Brasil em novembro para se apresentar no 42º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que será realizado entre os dias 05 e 08/11 no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
“Abrir o verão começando pelo Rio de Janeiro será gigantesco! Pra mim vai ser uma honra fazer quatro apresentações nesse evento tão importante na Cidade Maravilhosa. Com certeza deve me abrir muitas portas. Estou muito feliz com a oportunidade”, celebrou o artista.
Fotos Cassias Santos / ascom
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