quarta, 05 de novembro de 2025
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MERCADO ACREDITA QUE COPOM VAI MANTER JURO BÁSICO EM 15% AO ANO; DECISÃO SAI HOJE

João Paulo - 05/11/2025 07:00 - Atualizado 05/11/2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (5) e deve manter a taxa básica de juros da economia inalterada em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos. Se confirmada, esta será a terceira manutenção seguida da taxa Selic. Essa é a expectativa dos economistas do mercado financeiro, que preveem início do ciclo de corte dos juros somente para janeiro de 2026. O anúncio da decisão do BC acontecerá após as 18h. A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic. Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo foi fixado em 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos. Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.

Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,55% (com estouro da meta), 4,20%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.

Desaceleração da economia

O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. A explicação é que, com um ritmo menor de crescimento, há menos pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços.

  • Na ata da última reunião do Copom, divulgada em setembro, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo.
  • Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.

“Há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação. No entanto, o Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado”, informou o BC em setembro.

 

Foto: Diogo Zacarias/MF

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