

O home office, opção que se popularizou durante a pandemia, se consolidou na rotina corporativa dos brasileiros. Segundo levantamento da Michael Page, quase metade dos profissionais considera-se mais produtiva quando trabalha de casa.
Os dados indicam uma vantagem sobre aqueles que avaliam sua produtividade como semelhante à do trabalho presencial, que representam 40%. Apenas 11% acreditam produzir menos no modelo remoto, cenário que aponta oportunidades para empresas em meio às constantes transformações no mercado de trabalho no Brasil e no mundo.
A preferência pelo trabalho remoto está cada vez mais clara entre os colaboradores. Segundo a pesquisa, 27% desejam trabalhar em casa dois dias por semana, liderando as opções de flexibilidade.
Já os que preferem atuar totalmente remotamente durante cinco dias correspondem a 24%, ficando atrás da escolha de dois dias. Três dias de home office aparecem em terceiro lugar, com 22% dos entrevistados, enquanto apenas 14% optam por um único dia.
Uma parcela menor, de 8,1%, não deseja trabalhar de casa em nenhum momento da semana. Diante desses números, o modelo híbrido, que combina presença física e trabalho remoto, se mostra a opção mais procurada pelos profissionais.
A pesquisa também avaliou a percepção dos colaboradores sobre o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Cerca de 32% afirmam conseguir manter horários regulares, lidar com o estresse e cuidar da saúde.
Por outro lado, 19% estão indecisos sobre o tema, e 16% discordam que isso seja possível. Esses dados indicam que, embora uma parte consiga gerenciar suas responsabilidades, muitos profissionais ainda enfrentam dificuldades para manter horários consistentes e cuidar da saúde, refletindo a pressão constante do ambiente de trabalho moderno.
Especialistas apontam que políticas corporativas flexíveis e atenção à saúde mental podem aumentar o bem-estar. Incentivar pausas, respeitar horários e oferecer suporte são ações importantes para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores.
Outro ponto da pesquisa é a dificuldade de solicitar aumentos salariais ou benefícios. Segundo os dados, 58% dos colaboradores sentem receio de abordar o assunto, enquanto 32% não sabem como conduzir a conversa.
Seja para reajustes de salário ou benefícios como vale-alimentação e vale-refeição, a busca por melhores condições deixa muitos profissionais receosos. Por isso, 95% preferem deixar a companhia antes de se arriscarem a pedir um aumento.
Essa dificuldade pode impactar diretamente a motivação e a percepção de valorização dentro da empresa. Especialistas alertam que a falta de abertura para conversas sobre crescimento profissional pode comprometer a retenção de talentos.
Por isso, estratégicas como criar canais seguros para feedback e incentivar diálogos abertos são fundamentais para reduzir a ansiedade e fortalecer a cultura organizacional.
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